O acordo do Banco Central com Roberto Campos Neto, seu ex-presidente, para encerrar processo administrativo e o uso das “contas ônibus” pelas fintechs são os temas de audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e com o presidente da Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ricardo Saadi. Eles serão ouvidos nesta terça-feira (25), a partir de 10h.
Ambos foram convidados por meio de requerimentos do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que preside a CAE. No primeiro (REQ 109/2025 – CAE), Renan solicita que Galípolo detalhe o acordo firmado entre o Banco Central e Campos Neto, que permitiu o encerramento de um processo administrativo, aberto quando ele ainda presidia a instituição. O processo investigava falhas no acompanhamento de operações de câmbio feitas quando Campos Neto era executivo do setor financeiro. Pelo acordo, ele pagou o valor de R$ 300 mil ao Bacen e o caso foi considerado encerrado, como mostra o termo de compromisso anexado ao requerimento.
O segundo requerimento (REQ 116/2025 – CAE) trata das “contas ônibus”, mecanismo usado por algumas fintechs que concentram movimentações de vários clientes em uma única conta, mantida em um banco parceiro. Renan quer entender como esse sistema funciona, quais são os riscos e de que forma o Coaf acompanha esse tipo de operação para evitar usos irregulares. No pedido, o senador ressalta que o modelo tem levantado dúvidas sobre transparência e rastreamento de transações financeiras, o que justifica a convocação de Saadi para prestar esclarecimentos à CAE.
De acordo com o senador, o objetivo é reforçar a transparência e garantir que tanto o Bacen quanto o Coaf deem explicações claras sobre temas que envolvem a confiança da sociedade no sistema financeiro. Renan ressalta que a CAE tem o dever de acompanhar e fiscalizar esses assuntos, especialmente quando envolvem autoridades que já estiveram no comando de órgãos estratégicos.
Publicado originalmente pela Agência Senado em 24/11/2025