A inflação argentina registrou nova aceleração em outubro, alcançando 2,3% no mês, segundo dados divulgados este mês (12) pelo Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos). O índice vinha de uma alta de 2,1% em setembro.
No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 31,3%. De janeiro a outubro, a variação somou 24,8%.
Os setores que mais pressionaram os preços em outubro foram transporte (3,5%), moradia, água, combustíveis e energia elétrica (2,8%), além de bens e serviços diversos (2,4%).
A passagem de setembro para outubro foi marcada por um início de crise cambial. O dólar ultrapassou o teto das bandas de flutuação, o que levou o Tesouro argentino e o banco central a intervir. Com isso, já se esperava que a disparada da moeda americana influenciasse os preços. A turbulência só foi controlada após apoio do Tesouro dos Estados Unidos, que chegou a comprar pesos argentinos.
No mesmo período, Javier Milei foi recebido por Donald Trump na Casa Branca. O presidente norte-americano ofereceu apoio explícito ao argentino para as eleições legislativas de 26 de outubro.
Consultorias privadas estimavam que a inflação de outubro ficaria acima de 2%, variando entre 2% e 2,4% ao mês, com aceleração puxada pela mudança cambial e pela busca de proteção financeira antes do pleito legislativo. Na semana anterior à votação, os preços tiveram leve alta, refletindo incertezas sobre o resultado.
A vitória de A Liberdade Avança, partido de Milei, trouxe alívio ao câmbio nas semanas seguintes.
Apesar de o atual plano de ajuste ter reduzido a inflação anual de patamares de três dígitos, o índice permanece estabilizado na faixa dos 2%. A população segue reclamando da queda na atividade econômica e do custo de vida elevado.
Na Cidade de Buenos Aires, porém, o movimento foi diferente: o índice de outubro repetiu o de setembro, com alta de 2,2% — ainda acima de agosto, quando havia registrado 1,6%, segundo o instituto de estatística local.


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