Menu

Guerra interna no PL suspende aliança com Ciro Gomes no Ceará

A articulação que buscava unir bolsonaristas em apoio a uma eventual candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará em 2026 foi suspensa após um conflito público entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos de Jair Bolsonaro. A informação foi publicada nesta terça-feira (2) pelo O Globo e evidencia mais um capítulo das tensões […]

1 comentário
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

A articulação que buscava unir bolsonaristas em apoio a uma eventual candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará em 2026 foi suspensa após um conflito público entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos de Jair Bolsonaro. A informação foi publicada nesta terça-feira (2) pelo O Globo e evidencia mais um capítulo das tensões internas no PL durante a definição de alianças eleitorais.

Ciro, que anunciou sua filiação ao PSDB no último dia 22, vinha sendo considerado por setores do bolsonarismo como uma peça estratégica para enfrentar o PT no estado. No entanto, resistências dentro da própria família Bolsonaro levaram à revisão da aproximação.


Encontro na PF definiu recuo: Ciro não agrada às diferentes alas da família

Para discutir cenários eleitorais e a situação no Ceará, Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tiveram um encontro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde o ex-presidente cumpre pena. Na reunião, houve consenso de que o PL deveria buscar outro nome para disputar o governo estadual, uma vez que Ciro não agradava a todas as correntes internas do partido.

Com isso, foi comunicada a suspensão das tratativas, interrompendo um movimento que vinha sendo articulado há semanas com o objetivo de construir uma frente ampla de oposição ao PT no estado, governado pelo grupo político liderado pelos Ferreira Gomes e pelo presidente Lula.


André Fernandes costurava acordo e confirma decisão do partido

O deputado federal André Fernandes (PL-CE) era o principal articulador da aproximação entre Ciro Gomes e o bolsonarismo no Ceará. Segundo ele, as conversas haviam avançado de maneira consistente, mas a direção nacional decidiu interromper o diálogo.

“A gente avançou nessas articulações tentando fazer uma aliança, uma composição para derrotar o PT no estado do Ceará. Bolsonaro desde sempre soube disso (da aliança com Ciro)”, afirmou o parlamentar ao confirmar o recuo.

Fernandes disse ainda que continua comprometido em buscar alternativas para enfrentar o grupo governista. “Houve um ruído de comunicação. Vou continuar lutando para que o estado do Ceará se livre das garras do PT, para que acorde. Eu estou aqui para dizer que faremos essa composição em conjunto. Acato a ordem do diretório nacional e ao que tudo indica vamos repensar, analisar um futuro melhor para o estado”, declarou.


Racha é atribuído a crise entre Michelle e filhos de Bolsonaro

De acordo com O Globo, o cancelamento da articulação foi motivado pela disputa entre Michelle Bolsonaro e os filhos de Jair Bolsonaro — especialmente Flávio, Carlos e Eduardo — sobre o rumo do PL em diferentes estados. A ex-primeira-dama, que ganhou protagonismo na estrutura partidária e integra o chamado “núcleo duro” do PL, se opôs ao acordo com Ciro, enquanto outros segmentos avaliavam positivamente a composição eleitoral.

A divergência expôs mais uma vez a fragmentação interna do grupo Bolsonaro. O partido tem buscado se reposicionar nacionalmente diante da inelegibilidade do ex-presidente e das disputas regionais que influenciarão a campanha presidencial de 2026.


Flávio Bolsonaro defende papel de Michelle nas decisões estratégicas do PL

Em declaração à imprensa, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que o episódio representa um momento de amadurecimento político dentro da legenda e ressaltou a importância da atuação de Michelle Bolsonaro no processo decisório.

“A gente dá um passo importante de amadurecimento. A Michelle participa do núcleo duro aqui do partido que vai tomar as decisões, porque ela tem um posicionamento transparente, verdadeiro, com a visão que ela pode colaborar para que a gente tome as decisões corretas em cada estado”, afirmou.

Segundo dirigentes do PL, Michelle tem assumido protagonismo crescente na definição de candidatos e alianças estaduais, especialmente no Nordeste, onde o partido tenta fortalecer sua presença.


Ceará segue como peça-chave em estratégia nacional do PL

A disputa no Ceará é considerada estratégica para o bolsonarismo. O estado é um dos principais redutos eleitorais do PT e da família Ferreira Gomes, o que torna a construção de uma candidatura competitiva ainda mais relevante para o PL.

Com a saída de Ciro Gomes das negociações, o partido busca agora um nome interno ou aliado capaz de aglutinar diferentes correntes e viabilizar um palanque mais forte para a disputa presidencial. Nos bastidores, dirigentes avaliam alternativas que incluam figuras locais, parlamentares federais ou até um nome externo que possa ser incorporado ao projeto.

A suspensão da aliança não encerra as negociações para 2026, mas abre uma nova fase de reorganização dentro do partido — marcada pela necessidade de conciliar interesses regionais, estratégias nacionais e o peso político de Michelle e dos filhos de Bolsonaro.


Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Tiago Silva

03/12/2025 - 00h18

Ou seja, Micheque buscou se projetar como cabeça de chapa presidencial e ainda atrapalhou os anseios de Ciro no Ceará.

Aliás, com Bolsonaro na cadeia e apenas falando por interlocutores… a tendência e que os Bolsonaristas briguem para quem seja o mais “purista” bolsosnarista de Bolsonaro. E assim a radicalização no bolsonarismo tende a ficar ainda maior (vai ser uma mistura de Derrite com Guedes que é capaz de criarem uma necropolítica ainda pior do que já teve com o Bolsonaro).


Leia mais

Recentes

Recentes