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Sem registro de novos casos, governo encerra sala de situação sobre intoxicação por metanol

Todos os estados estão abastecidos com o antídoto, além do estoque estratégico nacional. O monitoramento e a assistência aos casos seguem normalmente em todo o País Após 10 dias sem novos casos confirmados de intoxicação por metanol em bebidas alcóolicas, segundo a data de início dos sintomas, o Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (8/12) […]

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Divulgação Polícia Civil/ RJ

Todos os estados estão abastecidos com o antídoto, além do estoque estratégico nacional. O monitoramento e a assistência aos casos seguem normalmente em todo o País

Após 10 dias sem novos casos confirmados de intoxicação por metanol em bebidas alcóolicas, segundo a data de início dos sintomas, o Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (8/12) o encerramento da Sala de Situação criada em outubro para monitorar e atuar diante do aumento dos casos do tipo. O texto da Portaria nº 9.169, assinado pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), foi publicado no Diário Oficial da União. O último caso confirmado de intoxicação por metanol foi registrado em 26 de novembro de 2025 e era relativo a uma pessoa que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 do mesmo mês.

Com a redução expressiva de novos casos e óbitos, o ministério considera que um cenário de estabilidade epidemiológica está consolidado. Além disso, em função das ações do Governo do Brasil, todos os estados já contam com estoque garantido de antídotos e maior capacidade de realizar diagnósticos. Agora, a assistência e o acompanhamento voltam ao fluxo rotineiro da vigilância de intoxicações exógenas, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

A Sala de Situação foi instalada em primeiro de outubro, poucos dias após o surgimento dos casos iniciais: o primeiro aviso à população de todo o Brasil sobre o surto de intoxicações havia sido feito no dia 26 de setembro, por meio do Sistema de Alerta Rápido da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Durante os dois meses de trabalho, equipes técnicas monitoraram e analisaram as informações em saúde provenientes de todo o país. Com os dados, foi possível orientar a rápida resposta do Governo do Brasil, que envolveu ações que vão desde a orientação sobre o atendimento médico e distribuição de medicamentos até ações de combate à comercialização de bebidas fraudadas.

Para o ministro Alexandre Padilha, “o país respondeu de forma rápida, coordenada e eficaz, garantindo diagnóstico, assistência e distribuição de antídoto a todos os estados”. Padilha destaca ainda que o monitoramento continuará sendo prioridade: “Mesmo com o encerramento da Sala de Situação, seguimos atentos e preparados. O cuidado permanece, e a vigilância segue sem qualquer interrupção”, afirmou

A Sala de situação reuniu representantes de diferentes secretarias da pasta, além de Anvisa, Fiocruz, Ebserh, os conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e das secretarias estaduais de Saúde. Também participaram os ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Justiça e Segurança Pública (MJSP), responsáveis por ações de controle e investigação.

Insumos

No período de monitoramento ampliado, em que a Sala de Situação estava operando, o Ministério da Saúde repassou aos estados insumos clínicos essenciais para o atendimento de intoxicações por metanol. Foram enviadas 1.500 ampolas de fomepizol e 4.806 unidades de etanol aos estados. A distribuição priorizou áreas com maior número de casos e circulação de bebidas adulteradas. O Ministério da Saúde garantiu ainda estoque estratégico de 2,6 mil ampolas de antídoto aos estados. “A garantia de antídoto foi fundamental para evitar mais mortes. Atuamos de forma preventiva, reforçando o estoque nacional e ampliando a capacidade de resposta dos serviços de saúde”, ressaltou Padilha.

Repressão

Para além das ações da Sala de Situação, o Governo do Brasil atuou para combater a comercialização e a circulação de bebidas alcoólicas fraudadas ou irregulares. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, logo no início da crise, anunciou a criação de um comitê para discutir os casos de intoxicação por metanol, coordenado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), e determinou que a Polícia Federal abrisse inquéritos para investigar a origem do metanol nas bebidas adulteradas.

“O que aconteceu foi uma ocorrência gravíssima, que trouxe grande reflexos na saúde pública. O Ministério da Justiça e Segurança Pública atuou rapidamente, determinando que todas as ocorrências fossem apuradas e investigadas, com a abertura de inquéritos para verificar a procedência da droga e a possível rede de distribuição. A estabilidade que alcançamos agora é resultado de todo o esforço e empenho dos envolvidos, principalmente do Governo do Brasil”, disse.

Entre as ações da PF, em 16 de outubro, se realizou a Operação Alquimia, que teve como alvo 24 empresas do setor sucroalcooleiro e importadores e distribuidores de metanol em cinco estados. As amostras coletadas agora estão sendo analisadas pelo Instituto Nacional de Criminalística e comparadas com as bebidas adulteradas.

A Operação Fronteira, também realizada pela Receita Federal, em outubro, apreendeu 215 mil litros de bebidas alcoólicas em depósitos clandestinos em Fortaleza e Maringá. Durante a operação, foram apreendidas centenas de garrafas de aguardente, insumos utilizados na adulteração — como álcool etílico e corantes — e recipientes lacrados contendo as bebidas.

Entre 29 de setembro e 27 de novembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária realizou 137 ações de fiscalização, que resultaram na apreensão de 793 mil litros de bebidas alcóolicas irregulares, avaliados em aproximadamente R$ 11,8 milhões. Nesse período, também houve o fechamento cautelar de 22 estabelecimentos, além da lavratura de autos de infração, intimações e coleta de amostras para análise laboratorial.

Além disso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, atuou desde o início da crise, emitindo orientações voltadas aos Procons, varejistas e distribuidores de bebidas sobre como evitar a comercialização de produtos fraudados. Por fim, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do mesmo ministério, capacitou peritos e compartilhou protocolos técnicos para a identificação do metanol nas bebidas.

Cenário epidemiológico

Entre 26 de setembro e 05 de dezembro de 2025, foram registradas 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol. Desse total de casos:

  • 73 foram confirmados
  • 29 são suspeitos e ainda estão sendo analisadas
  • 788 foram descartados, por não haver indício de metanol

Os estados mais afetados foram:

  • São Paulo (578 casos notificados; 50 confirmados) — principal epicentro.
  • Pernambuco (109 casos notificados; 8 confirmados)
  • Paraná (6 confirmados), Mato Grosso (6 confirmados), Bahia (2 confirmados), Rio Grande do Sul (1 confirmado) e outros estados tiveram participação menor, mas com relevância.

Óbitos

Foram confirmados 22 óbitos por intoxicação por metanol: 10 em São Paulo; 3 no Paraná; 5 em Pernambuco; 1 na Bahia e 3 em Mato Grosso. Outros 9 óbitos ainda estão em investigação (5 em SP, 3 em PE e 1 em AL). Mais de 20 notificações de óbitos foram descartadas após análise.

Publicado originalmente pela Agência Gov em 08/12/2025

Por Ministério da Saúde

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