O Brasil registrou avanço significativo no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). A melhora no índice acompanha a transição política ocorrida após o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No levantamento de 2025, que classificou 180 países e territórios, o Brasil subiu para a 63ª posição, com pontuação geral de 63,80, contra a 82ª colocação em 2024 e posições ainda mais baixas nos anos anteriores. Em comparação com 2022, último ano completo do governo Bolsonaro, o país pulou 47 posições, um dos maiores saltos de melhoria registrados no ranking naquele ano.
Segundo a RSF, essa recuperação se deve a um contexto considerado menos hostil à imprensa no período recente, com normalização das relações entre o poder público e os veículos de comunicação, além de sinais de redução de pressões diretas e linguagem agressiva contra jornalistas em espaços públicos. A análise leva em conta indicadores políticos, econômicos, legislativos, sociais e de segurança para medir as condições de trabalho jornalístico no país.
Internacionalmente, esse aumento no ranking é interpretado como um reflexo de políticas públicas e de ambiente institucional que favorecem o pluralismo, a independência editorial e a possibilidade de atuação crítica e investigativa dos meios de comunicação, elementos que, segundo a RSF, se deterioraram em anos recentes em diversos países.
Ainda que reconheça a melhora, a RSF classifica a situação do Brasil como “problemática”, indicando que desafios estruturais — como a concentração da propriedade dos meios de comunicação, riscos à segurança dos profissionais e impactos da desinformação — persistem e limitam uma situação de liberdade plena. A organização também observou que a melhora do índice brasileiro contrasta com um contexto global preocupante: mais da metade dos países avaliados registrou queda entre 2024 e 2025, e o índice global alcançou seu menor nível histórico, com muitos governos adotando posturas repressivas ou criando barreiras legais e econômicas à ação da imprensa.


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