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Plenário da Câmara deve votar PEC da Segurança Pública na terça-feira

Parecer pede ampliação da competência da Polícia Federal O deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública (PEC 18/25), apresentou substitutivo ao texto original do governo nesta quarta-feira (10). A proposta cria o Sistema Único de Segurança Pública, que integra a atuação da União e dos estados no combate […]

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

Parecer pede ampliação da competência da Polícia Federal

O deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública (PEC 18/25), apresentou substitutivo ao texto original do governo nesta quarta-feira (10). A proposta cria o Sistema Único de Segurança Pública, que integra a atuação da União e dos estados no combate ao crime organizado.

A votação do texto foi adiada a pedido dos deputados e deve ocorrer na terça-feira da semana que vem.

Entre as mudanças, o relator propôs a criação do Sistema de Políticas Penais e do Sistema Brasileiro de Inteligência, além de novas fontes de financiamento para ações de segurança pública.

Segundo Mendonça Filho, a apresentação da proposta pelo Poder Executivo abriu espaço para discutir uma nova estrutura para a segurança pública.

“O projeto original tinha um enfoque centralizador, sem fortalecer plenamente a atuação dos estados. Nossa versão avança na descentralização e na articulação federativa, valorizando tanto a coordenação nacional quanto a autonomia dos entes federados”, afirmou.

A proposta enviada pelo governo em abril previa ampliar o poder da União para coordenar atividades de segurança pública e editar leis gerais sobre o tema. Hoje, o combate à criminalidade é responsabilidade majoritária dos estados.

Na nova versão, quando houver atuação conjunta entre União e estados, a coordenação caberá a quem propuser a ação integrada.

Para o deputado Jorge Solla (PT-BA), o texto apresentado mantém os principais pontos defendidos pelo governo e aprimora o modelo de financiamento.

“Houve avanço em relação ao financiamento. Já havia a previsão dos fundos e da vedação ao contingenciamento, mas agora há novas fontes de receita, como a arrecadação das apostas eletrônicas e o uso do Fundo Social”, disse.

Recursos

O texto destina 15% do Fundo Social do pré-sal e 6% da arrecadação das loterias para ações de segurança pública. Segundo o relator, essas medidas triplicam o volume de recursos para o setor. Ele afirmou que, em 2025, o governo utilizou R$ 1,2 bilhão do Fundo Nacional de Segurança Pública, valor que pode chegar a cerca de R$ 6 bilhões por ano com as novas fontes.

“O governo constitucionalizou dois fundos — o Nacional de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário —, mas eles não tinham recursos. Agora garantimos fontes estáveis de financiamento”, disse Mendonça Filho.

Penas

A proposta também determina que o Congresso Nacional aprove lei para endurecer o regime de penas para organizações criminosas de alta periculosidade e para crimes cometidos com violência ou ameaça.

Essa lei deverá restringir ou proibir progressão de regime, vedar liberdade provisória e impedir a conversão de pena de prisão por restrições de direitos. O texto ainda prevê a perda total do patrimônio obtido com atividades criminosas.

Principais mudanças propostas pelo relator:

  • Criação de um regime jurídico especial para organizações criminosas de alta periculosidade;
  • Fortalecimento explícito dos direitos das vítimas no texto constitucional;
  • Previsão de referendo nacional para redução da maioridade penal em crimes violentos;
  • Criação de uma nova arquitetura federativa para a segurança pública;
  • Reorganização das polícias municipais e das guardas municipais;
  • Reforço das competências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal;
  • Criação do Sistema de Políticas Penais e modernização profunda da gestão prisional;
  • Medidas para evitar que presídios continuem como centros de comando do crime;
  • Congresso ganha competência para sustar atos normativos do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público quando extrapolarem o poder regulamentar;
  • Institucionalização da Política Nacional de Inteligência e ampliação do papel do SISBIN;
  • Financiamento vinculado e permanente para segurança pública e sistema prisional com receitas do pré-sal e das apostas de quota fixa ao FNSP e FUNPEN;
  • Ampliação das competências legislativas comuns e concorrentes;
  • Reforço da coordenação e descentralização federativa com fortalecimento dos estados e municípios;
  • Atualização constitucional sobre prisão provisória, inclusão da perda de direitos políticos durante o recolhimento;
  • Criação de competência específica para o Congresso fiscalizar e controlar a atividade de inteligência.

Publicado originalmente pela Agência Câmara de Notícias em 10/12/2025

Reportagem: Maria Neves

Edição: Geórgia Moraes

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