Menu

STF forma maioria contra marco temporal e reafirma inconstitucionalidade da tese

O Supremo Tribunal Federal caminha para reafirmar o entendimento de que a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas é incompatível com a Constituição. Em julgamento virtual iniciado no início da semana, a Corte já formou maioria de votos pela inconstitucionalidade da regra, com placar de 6 a 0 até o momento. A […]

1 comentário
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal caminha para reafirmar o entendimento de que a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas é incompatível com a Constituição. Em julgamento virtual iniciado no início da semana, a Corte já formou maioria de votos pela inconstitucionalidade da regra, com placar de 6 a 0 até o momento.

A maioria foi consolidada nesta quarta-feira (17), com os votos dos ministros Gilmar Mendes, relator da ação, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Ainda restam quatro votos a serem proferidos, e a sessão virtual permanece aberta até quinta-feira (18), às 23h59.

A análise ocorre dois anos depois de o tribunal ter declarado o marco temporal inconstitucional. Em 2023, o STF afastou a tese segundo a qual povos indígenas só teriam direito às terras que estivessem sob sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, ou que estivessem em disputa judicial naquele momento. Apesar disso, o Congresso aprovou a Lei 14.701/2023, que validou o marco temporal, mas teve trechos vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os vetos presidenciais, no entanto, foram derrubados pelo Legislativo, fazendo com que o entendimento restritivo voltasse a prevalecer. Diante desse cenário, partidos como PL, PP e Republicanos ingressaram com ações no Supremo Tribunal Federal para sustentar a validade da lei aprovada pelo Congresso. Em sentido oposto, entidades representativas dos povos indígenas e partidos da base governista também acionaram a Corte para questionar novamente a constitucionalidade da tese.

Enquanto o STF retoma o julgamento, o tema avança em outra frente institucional. Na semana passada, o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição 48/2023, que busca incluir expressamente o marco temporal no texto constitucional, o que abre um novo capítulo na disputa jurídica e política sobre o alcance dos direitos territoriais indígenas.

A decisão final do Supremo, esperada até o encerramento da votação virtual, poderá reforçar o entendimento de que os direitos indígenas às terras tradicionalmente ocupadas não estão condicionados a um marco temporal fixado na Constituição de 1988, mesmo diante das iniciativas legislativas para consolidar a tese no ordenamento jurídico.

Contém informações da Agência Brasil

, , , , , , ,
Apoie o Cafezinho

Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Bandoleiro

17/12/2025 - 20h15

Como tudo no Brasil a constituiçào foi feita utilizando as nadegas no lugar da cabeça.


Leia mais

Recentes

Recentes