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A borboleta não está morta! (contraponto otimista à entrevista de Marcos Nobre)

O filósofo Marcos Nobre deu uma entrevista ao site Marco Zero que produziu um interessante debate sobre as eleições de 2022. Entretanto, com todo o respeito à grande inteligência do filósofo, achei uma análise exageradamente pessimista. É curioso notar como ainda existe, em nossa cultura, uma espécie de fascínio pelas profecias de destruição, derivada de […]

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Marcos Nobre é professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, autor do livro Imobilismo em Movimento: da abertura democrática ao governo Lula. Crédito: Divulgação

O filósofo Marcos Nobre deu uma entrevista ao site Marco Zero que produziu um interessante debate sobre as eleições de 2022.

Entretanto, com todo o respeito à grande inteligência do filósofo, achei uma análise exageradamente pessimista.

É curioso notar como ainda existe, em nossa cultura, uma espécie de fascínio pelas profecias de destruição, derivada de nossas raízes judaico-cristãs.

Por outro lado, não podemos esquecer que o mesmo Isaías que, no Antigo Testamento, vaticinava o fim da Babilônia, Jerusalém, Egito, Etiópia, Moab, Sião,  muda de humor nas páginas seguintes e começa a prever a “salvação de Israel”, a “restauração de Sião”, e termina seu livro dizendo que a “libertação do povo está próxima”.

Queria fazer, portanto, com toda humildade, um contraponto otimista a análise de Nobre e ao excelente texto de Laércio Portella, que fez a entrevista.

Vamos começar pelo título do artigo:

“Bolsonaro é um candidato fortíssimo e as instituições estão em colapso”, alerta Marcos Nobre

Bolsonaro é um candidato forte. Fortíssimo é um exagero. Vamos usar o português e a lógica com mais cuidado. Bolsonaro é um candidato forte, ok, porque é presidente, mas acho usar o superlativo um exagero para alguém que é rejeitado pela maioria dos brasileiros, aparece em segundo lugar nas pesquisas, e, sobretudo, experimenta hoje o início de um processo de desconstrução de imagem que simplesmente não vai parar.

As instituições brasileiras não estão em colapso. Esse é outro exagero retórico desnecessário. O Judiciário está conseguindo se purgar do lavajatismo, o que é sinal de vitalidade. O TCU acabou de publicar por esses dias um desmentido cabal contra o presidente da república, que havia insinuado uma mentira infame de que o número de mortos por Covid-19 seria metade do que se divulga. O Senado está protagonizando uma CPI da Pandemia com muita repercussão na imprensa e na opinião pública. As eleições municipais de 2020, com pandemia e tudo, transcorreram com toda a normalidade, e vimos inclusive a derrota sistemática dos candidatos bolsonaristas nas capitais. 

As instituições brasileiras nunca foram lá essas coisas, tudo bem, mas daí a falar que estão “em colapso” é um catastrofismo tolo.

Marcos Nobre fala muito na ilusão das bolhas, e nisso está certo. É preciso tomar extremo cuidado para não confundirmos a nossa experiência cotidiana com o resto do país. Mas isso vale para Nobre também. A sua visão me parece típica de quem vive cercado por uma intelectualidade permanentemente assustada (com razão, eu diria). As pessoas estão insatisfeitas e as instituições estão sob stress, mas quando não o estiveram?

O cerne da visão apocalíptica de Marcos Nobre é que, se Bolsonaro conseguir se reeleger, “vai fechar o país, seguindo os modelos autoritários dos chefes de governo de Polônia, Hungria e Filipinas”.

Deus nos livre da reeleição desse incompetente boçal. Se o presidente voltar a ganhar as eleições de 2022, teríamos novamente mais quatro anos de governo ruim e medíocre, mas contido pelo congresso, pelo judiciário, pela opinião pública, e, sobretudo, pelas ruas. Brasil não é Polônia, Hungria ou Filipinas. O professor subestima a capacidade da sociedade brasileira de se mobilizar.

Entendam-me bem. Não excluo que o pior pode acontecer. Como dizem os americanos, shit happens, desgraças acontecem. Também pode cair um meteoro no planeta e destruir a raça humana, antes mesmo de Bolsonaro se reeleger.

O processo social é profundamente dialético, e qualquer coisa ruim que Bolsonaro faz ou vier a fazer no futuro, se voltará imediatamente contra ele. E isso inclui uma tentativa de “fechar o regime”, o que evidentemente deslocaria todos os liberais do país para a esquerda. E ele perderia as eleições de 2026. Para nós, intelectuais progressistas de carne e osso, com nossa vida tão desgraçadamente curta, é muito angustiante pensar que teríamos que esperar ainda mais tempo para uma volta das forças progressistas ao poder. Para o povo, que está passando fome, seria realmente uma catástrofe social. Mas o país sobreviveria.

Continuemos a análise da entrevista.

Nobre diz que o PT defende a manutenção da atual correlação de forças.

Trecho:

Marco Zero: O PT quer manter a atual correlação de forças?

O PT não quer que essa correlação de forças mude, inclusive, porque para a estratégia do PT interessa que não exista uma candidatura da direita não bolsonarista que seja competitiva. Como não interessa também ao atual presidente. Não interessa a Bolsonaro que apareça esse candidato da chamada terceira via, que nada tem a ver mesmo com terceira via, é simplesmente a candidatura da direita não bolsonarista. Os dois polos (PT e Bolsonaro) estão lutando para que ela não exista.

Com todo o perdão, a análise de Nobre é um truísmo político. É claro que nem o PT nem o Bolsonaro querem um concorrente. O PT quer ser a força única anti-Bolsonaro, e Bolsonaro quer ser a força única anti-PT. 

No entanto, isso não significa que o PT não queira mudança na correlação de forças. Todos os movimentos do ex-presidente Lula, encontrando-se com caciques políticos de partidos de centro, acontecem no sentido de tentar mudar a correlação de forças. O que Nobre chama de “correlação de forças” é apenas uma abstração intelectual, e os intelectuais tem o péssimo costume de dar importância excessiva a abstrações. A correlação de forças não nasce do nada. Ela deriva, em grande parte, do poder político, e se Bolsonaro perder as eleições em 2022, a “correlação de forças” irá mudar completamente. A melhor maneira, portanto, de alterar a correlação de forças, é derrotando Bolsonaro. 

Para Nobre, a terceira via hoje não tem outro nome além de Ciro Gomes, pois Huck e Moro já seriam carta fora do baralho. 

A opinião de Nobre é generosa com Ciro:

Nobre: (…) Sobra quem? Sobra Ciro Gomes.

Marco Zero: Ciro que está constantemente atacando Lula.

Nobre: Ele está atacando Lula e o PT porque ele quer ter credenciais anti-petistas para poder representar a direita anti-bolsonarista. Quer dizer, a esquerda está ocupada, uma grande parte dela, Ciro só consegue uma pequena parte da esquerda, ele precisa ser o candidato da direita não bolsonarista para poder ser competitivo. E a direita não bolsonarista precisa de Ciro Gomes se quiser ter um candidato competitivo. A gente pode discutir outra coisa muito relevante, que é o tipo de aliança que Ciro permitiria nos palanques estaduais porque é isso que está em causa. A eleição, ao mesmo tempo, está super adiantada em termos de organização e está atrasada por causa dos palanques estaduais. Essa matemática está muito complicada, esse arranjo de alinhar a candidatura presidencial com as candidaturas nos estados.

Nobre resumiu, de fato, o principal dilema de Ciro, mas ela erra na análise. Ele parece ter esquecido a advertência de Espinoza, em seu Tratado Político, à mania dos intelectuais de “conceberem os homens não como eles realmente são, mas como gostaria que o fossem”. 

Um intelectual que analisa a política brasileira gostaria que os eleitores fossem perfeitamente catalogáveis. O trabalho de análise, de fato, seria muito mais fácil! Tal eleitor é “direita bolsonarista”, tal outro é “direita não-bolsonarista”, aquele é outro forma o grupo dos 15% de “autoritários”, que ele automaticamente associa à “direita bolsonarista”, como se não houvessem também autoritários na esquerda.

Essas etiquetas, no entanto, devem ser usadas com muita moderação, até porque me parece um tremendo desrespeito com a imprevisibilidade natural e maravilhosa desse que é o principal personagem da nossa novela política, o eleitor. 

Etiquetas estorvam a análise e nos levam a conclusões equivocadas. Elas espetam o pensamento das pessoas na parede como se fossem borboletas mortas. Isso não apenas subestima a capacidade do eleitor brasileiro de se transformar, como também produz preconceitos em nós mesmos, inclusive autoritários, na medida em que, como “progressistas”, temos essa lamentável tendência a associar política e moral. Se é direita, é mal, pensamos, sem atentar que aquele eleitor talvez não seja necessariamente de “direita”, mas apenas alguém que pensa diferente de mim em algumas questões. 

A maioria dos eleitores não se sente confortável em ser etiquetado ideologicamente,  e lhes dou toda a razão. 

As borboletas estão muito vivas, caro Nobre!

No caso de Ciro Gomes, o seu problema é bem mais simples que isso. Até o momento, não consta nas pesquisas recentemente divulgadas que nem a esquerda, nem a direita não-bolsonarista, estejam interessadas nele. O que é uma pena em dois sentidos: primeiro porque seria realmente interessante dividir o voto da direita, segundo porque Ciro pode agregar uma coisa que está em falta nos debates eleitorais, que é a discussão de projetos nacionais. 

Nobre também aborda a estética das mobilizações populares. 

Nobre: Mobilização de rua é sempre muito importante, sempre. Isso não tem dúvida. A questão é: qual é a natureza? O que Bolsonaro está tentando fazer? Ele está tentando caracterizar as manifestações contra ele como manifestações da esquerda. Se ele conseguir fazer isso, ele neutralizou as manifestações. E a esquerda não está ajudando porque, se o chamamento é Fora Bolsonaro, e cada um vai com a bandeira que quiser lá, vai com o auxílio emergencial, vai com pedido de prisão, vai com CPI e etc, não pode ser uma manifestação só da esquerda. A direita não bolsonarista precisa se sentir acolhida nas manifestações. Se você for olhar bem, muita gente que foi às manifestações não é de esquerda e se sentiu agredida pela esquerda dizer que aquela é uma manifestação da esquerda.

Eu já tive esse tipo de preocupação. Por exemplo, eu defendi que as manifestações contra a Reforma da Previdência experimentassem um formato diferente. 

Mas hoje eu vejo que isso é besteira. 

Nobre está tentando cerebralizar demais uma coisa que é simplesmente incontrolável e espontânea. 

As manifestações populares terão a cara que as pessoas e organizações que a fizerem quiserem dar. Se o povo quiser ir de vermelho, empunhando bandeira do PT, montar bonecão do Lula Livre, e todas essas coisas que acabam irritando tanto a esquerda não-petista ou a “direita não-bolsonarista”, se me permitem usar a mesma linguagem burocrática, ele simplesmente… vai. Sem pedir autorização a ninguém. 

E quem quiser ir vestido com outras cores, empunhar outras bandeiras, montar outros bonecos, que também vá à rua e faça melhor. 

Nobre recai num erro triplo aqui, ao dizer que “muita gente que foi às manifestações não é de esquerda, e se sentiu agredida pela esquerda dizer que aquela é uma manifestação da esquerda”.

Onde Nobre foi buscar esse dado de que “muita gente se sentiu agredida”? Seriam, talvez, um ou dois comentários dentro de sua bolha?

Deixa eu me explicar melhor. Eu até concordo, em tese, com Nobre, de que seria uma boa ideia que  partidos e movimentos mudassem um pouco a estética das manifestações, carregando menos no vermelho. Qualquer sobrecarga de cor dói na vista.

Já escrevi sobre isso várias vezes. Mas, pensando bem, quem sou eu, quem é Marcos Nobre, para pontificar sobre uma coisa dessas? Talvez fosse o caso de solicitarmos, às centrais sindicais, que nos dessem o cargo de “consultores de estética para manifestações populares”? Aceitaríamos essa responsabilidade?

Além do mais, volto a enfatizar o erro de Nobre em espetar a borboleta na parede. Não existe um eleitor que “não é de esquerda”, mas que vai a uma manifestação de esquerda, e sim um eleitor que não se identifica integralmente com o que ele acha que é a ideologia de esquerda, e sobretudo tem discordâncias – assim como Nobre – sobre a estética daquela manifestação. Ora, esse eleitor talvez seja um filósofo! Talvez seja o próprio Marcos Nobre!

Esse mesmo eleitor que vai a manifestação da esquerda provavelmente votará na esquerda em 2022. E Bolsonaro será derrotado.

Se não for, a gente arregaça as mangas, e se articula para derrotá-lo em 2026. Sem desistir, sem desanimar, sem mimimi.

O processo social é uma luta contínua e, de qualquer forma, mesmo se a esquerda ganhar em 2022, não faltarão crises, tentativas de golpe, e novas profecias catastróficas de nossos filósofos!

Quem disse que seria fácil, querido Nobre?

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Comentários

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Netho

08/06/2021 - 18h24

“O otimista está sempre mal informado”.
É o que diziam Galbraith, Keynes e Przeozorrski.
O país está diante do seu 18 de Brumário de Luís Bonaparte.
Jair da Milícia é a tragédia. Lula da Propina é a farsa.
Os antípodas sebastianistas, que se realimentam reciprocamente – à base do messianismo típicos dos tristes trópicos -, são a crônica de uma catástrofe anunciada em 2022.
Ciro só faz o que não pode deixar de fazer.
Não há como se aproximar de Lula sem adentrar a República da Propinaria.
Não há como se aproximar de Jair sem adentrar a República da Milícia.
O quadro pintado por Nobre é o mais realista e consistente com a atual conjuntura e dinâmica política do conjunto de tendências para 2022.
O país já passou do ponto de não retorno, faz tempo.
O país está condenado a ser um grande Porto Rico.
Ou um Canadá pobre.
Ou Narco-Estado às modas colombiana e mexicana, sobretudo à luz do crescimento geométrico do PCC como máfia brasileira em escala global, associado à escalada das Milícias nas principais regiões metropolitanas do país.
Como disse Celso Furtado:
“Nunca estivemos tão longe do país com o qual, um dia, sonhamos”.
Pois é, o Mestre Furtado estava profeticamente certo, desde que publicou “A FANTASIA DESFEITA”.

    Alexandre Neres

    09/06/2021 - 01h57

    Não tô com idade mais pra aturar certas coisas. Por exemplo, pra esse discurso carola do ACM Netho. Vai pra Salvador, Netinho.

    Antípodas? Polaridade simétrica? Até hoje tu tá nessa, mermão? Tem medo dos delírios comunistas também, porra?

    Tem até potencial esse moleque, mas é um analfabeto político. Que discursinho eivado de lavajatimo! É a antipolítica personalizada. Eis a pérola: “Não há como se aproximar de Lula sem adentrar a República da Propinaria.” Nem Sergio Morto e Tantã Dinheirol fariam melhor. O detalhe é que Ciro Gomes e seu grupo participaram dos governos do PT do princípio ao fim. Então, não sabiam de nada? Foram enganados?

    Esse falso moralismo e esse purismo juvenil o nethinho vai poder curtir a vida inteira, já que seu candidato nunca irá se eleger e não terá que se misturar com os porcos nem terá que aprender a fazer fazer linguiça. Qualquer pessoa mediana sabe que o problema brasileiro é estrutural e chegando lá você não vai lidar com anjinhos. Independentemente disso, você terá que agir com a ética da responsabilidade e escolher entre caminhos igualmente difíceis, sem garantia de que dará certo e pagará um preço por isso, considerando que não escolheu as condições e circunstâncias em que irá atuar politicamente. Veja o que passou o PT, que posava de vestal e teve que entrar no jogo. Isso aconteceu várias vezes, com as mais variadas pessoas de diversos partidos. E o cara não aprendeu até hoje pra vir com esse papo de fariseu?

    Por isso, é bom ser pueril. Ficar eternamente no mundo da fantasia e que quando vier um homem forte que fala grosso, com pulso firme, autoritário, tudo vai se resolver como que num passe de mágica. Haja saco!

Francisco

08/06/2021 - 18h16

Apenas uma ressalva. Quem apresentou as mobilizações do 29 de maio como sendo “da esquerda” foi a mídia comercial. A manifestação foi claramente contra o sujeito que por enquanto está na presidência, ponto. Havia muitas bandeiras de partidos de esquerda, mas não foi comício da esquerda. Foi, sim, a mensagem clara de que a parcela consciente da população, seja de esquerda, centro ou direita, não quer mais esse elemento nocivo na presidência da República.

EdsonLuiz.

08/06/2021 - 16h50

Miguel,

Você acha mesmo que instrumentalizar manifestações sociais – como de resto a instrumentalização de quaisquer instrumentos e instituições coletivas, políticas públicas e mesmo aparelhos de Estado, quando no exercício do poder –
contribui para tecer a sociedade, fortalecê-la e coesioná-la? Você acha mesmo que capturar manifestações de interesse mais plural é progressismo, é democrático e que disto resulta uma sociedade forte?

Você acha que alguma força política deve tirar proveito ideológico ou eleitoral daquilo que deve mobilizar e criar percepção de pertencimento no maior número de cidadãos?

Você não acha que essa prática é danosa e lamentável. Acha que essa prática não passa a certeza a um progressista (um progressista de fato!) de que, quando no poder, forças que aparelham manifestações, que se apropriam de movimentos sociais e que fragmentam a sociedade para impor sua visão de mundo não estão de fato é fragilizando, vulnerabilizando essa sociedade, e assim estabelecendo uma corrida com sua irmā autoritária de perfil oposto, com os dois autoritarismos se retroalimenrando até que se defina qual das duas maldições conseguirão ter hegemonia para exercer sua dominação sobre todos?

Quem faz isso é progressista? É?
Quem faz isso tem algum compromisso com a democracia? Tem?

Kleiton

08/06/2021 - 14h59

A manobra do STF para liberar Lula e tentar contrapor alguém a Bolsonaro foi bastante clara mas é também claro que o mesmo não tem chances de ganhar as eleições e nem de se candidatar provavelmente.

Se a esquerda não começam a pensar desde já em alguém jovem e viável (possivelmente que não seja um troglodita como Boulos por exemplo) para 2026 correm o risco de chegar lá e ter que passar vergonha novamente.

O dinheiro e o monopólio da narrativa não tem mais e por tanto não vão mais conseguir impor de cima para baixo o que querem aos brasileiros…ou começam a falar o que os brasileiros querem ouvir ou o jogo acaba antes de começar.

Gustavo

08/06/2021 - 14h01

Acho curioso esse papo de que “a esquerda já está ocupada” e que Ciro “deve representar a direita não-bolsonarista” sendo que, ao que tudo indica, o programa de Ciro estará à esquerda do PT.

ermes

08/06/2021 - 13h56

14 anos de PT no Governo, o que nao deu tempo de fazer durante esse tempo que os brasileiros merecem ver ? Me parece que jà aprontaram de tudo e até pouco mais…

Hilario

08/06/2021 - 13h53

O PT e a esquerda estao compeltamente queimado pelas montanhas de imundiça que produziram diretamente e indiretamente quando ficaram no Governo, ou zeram tudo e se renovam ou nada.

Fim da analise.

dudu

08/06/2021 - 13h48

Panmdeia historica com consequente crise economica inveitavél, STF fazendo oposiçào, Globo remando contra,etc…mesmo assim em 2022 a esquerda nao tem a minima chance de ganhar as eleiçoes…um fracasso sem antecedentes por incapacidade absoluta de fazer oposiço, essa é a triste constataçào.

Alexandre Neres

08/06/2021 - 13h34

Suas ponderações foram muito boas, Miguel.

Mas também recomendo levar a sério o artigo do Marcos Nobre. Parafraseando Gramsci, prefiro ser pessimista na razão e otimista na vontade.

A título de exemplo, não dá para, com um adversário da estirpe de Bolsonaro, o campo progressista ficar digladiando entre si, que algum componente eleja como principal alvo do tiroteio um potencial aliado, por mais que todos tenham que demarcar seus respectivos terrenos em disputa, sob pena de ficar isolado.

Parece-me que nesses 16 meses que faltam só Lula está fazendo o dever de casa. Bolsonero não conseguiu nem criar seu partido, tampouco tem um partido para concorrer até hoje, sintoma da sua inépcia, entrementes Lula saiu do banimento e está articulando nos bastidores com diversos atores da direita não bolsonarista ou do centro, como preferirem. As declarações recentes de FHC e de Maia são lapidares nesse sentido. Para quem estava proscrito, é uma grande vitória. Tá soltinho, soltinho…

Sonho que, apesar desses contatos que são primordiais para a atual conjuntura política, Lula convide o Dino para vice, quem sabe já no PSB, pois não é mais nenhuma criança e no Brasil nunca se sabe.

dcruz

08/06/2021 - 13h04

Resumo da ópera: o que amedronta, beirando ao pânico, gerando angústia é a possibilidade desse genocida ser reeleito.

    Tony

    08/06/2021 - 14h17

    No panic…basta aceitar a democracia e tudo se resolve.

Maria Helena Barbosa

08/06/2021 - 12h44

adorei essa análise – mais otimista …e menos arrogante

Paulo

08/06/2021 - 12h34

Se Bolsonaro se reeleger, não precisará dar golpe algum, pois vai indicar mais 2 ministros para o STF da grandeza moral do Kássio, além de praticamente aparelhar todo o MPF, a PF e o serviço público, provavelmente já sob a égide da Reforma Administrativa…

Por outro lado, se Lula ganhar, fará o mesmo. Atentará contra a democracia da mesma forma, só que sem fazer alarde e sem ser disso acusado, ao contrário do seu provável antagonista, nas urnas…É muita desgraça pro nosso Brasil…

A não ser que o povo acorde…O tempo urge!

    Alexandre Neres

    08/06/2021 - 13h57

    Ler o Paulo sempre me faz lembrar do conservadorismo tacanho da elite brasileira.

    Lula sempre foi acusado de querer um terceiro mandato consecutivo, FHC nunca foi admoestado pela imprensa. Não obstante, quem rasgou a CF e alterou as regras durante o jogo foi FHC, com o silêncio cúmplice da mídia.

    Lula foi até extremamente ingênuo ao nomear ministros do STF tucanos. Lula nomeou procuradores-gerais eleitos pelos seus pares, enquanto FHC e Bolsonaro indicaram engavetadores. Do nada, sem nenhuma evidência empírica, muito antes pelo contrário, Paulo saca da algibeira a assertiva de que Lula atentará contra a democracia. O culpado de antemão é o mordomo. Por quê?

    Porque para nossa elite do atraso Lula é sempre o suspeito, o acusado, tal qual na pseudociência lombrosiana. Compõe o “physique du rôle”. Qualquer um mais arguto sabe quem é o inimigo interno a ser abatido. O pobre, o comunista, o retirante nordestino, o negro, os que sempre têm os direitos desrespeitados, estando sujeitos a levar o baculejo, a tomar tapa na cara, a sofrer a truculência da polícia que pelo perfil tende a criminalizá-los. Fica até a impressão que nossa sociedade foi moldada em um regime escravista. Será?

      Paulo

      09/06/2021 - 12h19

      Alexandre Neres e sua eterna pauta identitária. Mire-se no Patriarca da Independência, Alexandre, o grande José Bonifácio, que falava em “amalgamar as raças brasileiras, progressivamente”! Não há solução na divisão…

    Ronei

    08/06/2021 - 14h12

    Atentar contra a democracia nomeando ministros do supremo conforme a constituiçào…?

    Voce ta dizendo que o problema é a constituiçào e nao sabe.

      Paulo

      09/06/2021 - 12h21

      Os problemas são seu ídolo na presidência e Lula querendo chegar lá…

    CezarR

    08/06/2021 - 14h41

    Não voto em Lula no primeiro turno, mas essa conversa de aparelhamento do Estado pelo PT está mais do que provado que não aconteceu. Pode acontecer no Executivo, mas no Estado como todo, jamais. Agora, se você me disser que o PT cooptou os movimentos sociais e sindicais, além de outros da sociedade civil, aí eu concordo.

      Paulo

      09/06/2021 - 12h22

      Não aconteceu, de fato (essa foi a grande contribuição do PT à República, senão a única)…

    Alan C

    08/06/2021 - 17h48

    Lula atentar contra a democracia?? Fale mais sobre isso, fiquei curioso…

      Paulo

      09/06/2021 - 12h25

      Nada será de novo do jeito que já foi um dia, Alan…Um terceiro Governo Lula será marcado pelo aparelhamento dos postos-chave no Estado brasileiro, principalmente se Lula quiser acariciar o presidencialismo de coalizão, como de hábito…

    Kleiton

    09/06/2021 - 08h26

    Governar via mensalão e petrolão não me parece mesmo um exemplo de democracia.

    Assaltar dia e noite os cofres públicos também…a corrupção corroe a democracia.

Tony

08/06/2021 - 12h33

2022 sem chances, nao precisa ser filosofo para perceber isso claramente e se a esquerda nao começar a se regenerar e atualizar nem em 2026 terà chances.

Ter que apostar num cadaver politco e ex presidiario em 2022 jà é claro sinal de falencia.


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