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Globo defende abertamente que COP30 seja transferida para o Rio de Janeiro

A menos de 100 dias da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro, aumentam os questionamentos sobre a capacidade da cidade de Belém (PA) de sediar o evento nas condições necessárias. Em editorial publicado nesta quarta-feira, 6, o jornal O […]

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A menos de 100 dias da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro, aumentam os questionamentos sobre a capacidade da cidade de Belém (PA) de sediar o evento nas condições necessárias.

Em editorial publicado nesta quarta-feira, 6, o jornal O Globo alertou para o risco de um colapso logístico e sugeriu que parte substancial das atividades da conferência seja transferida para o Rio de Janeiro.

A proposta surge após a divulgação de dados sobre os custos de hospedagem na capital paraense durante o período da COP30. Segundo levantamento citado no próprio editorial, o preço de diárias em hotéis de Belém ultrapassa os valores praticados por redes de luxo em cidades como São Paulo e Rio. Durante a conferência, hospedagens simples estão sendo ofertadas por valores entre R$ 28,7 mil e R$ 85 mil por diária.

Para efeito de comparação, o Copacabana Palace, um dos hotéis mais prestigiados do Rio de Janeiro, cobra R$ 47 mil por diária, enquanto o Rosewood, em São Paulo, registra valores de até R$ 64 mil. Hotéis como o Fasano e o Emiliano, ambos em São Paulo, têm tarifas inferiores às de hospedagens medianas em Belém.

O editorial de O Globo ressalta que a escolha de Belém como sede da COP30 teve peso simbólico ao destacar o papel da Amazônia e do Brasil no debate ambiental global. No entanto, lembra que a cidade conta com apenas 18 mil leitos para um público estimado em cerca de 50 mil participantes.

A discrepância entre oferta e demanda vem gerando apreensão em delegações estrangeiras, que já organizaram uma reunião emergencial sobre o tema. Um novo encontro entre representantes internacionais está previsto para a próxima segunda-feira.

A publicação propõe uma alternativa híbrida: manter em Belém os atos considerados simbólicos, como cerimônias de abertura e atividades institucionais voltadas à temática amazônica, enquanto as reuniões técnicas e negociações multilaterais ocorreriam no Rio de Janeiro. A cidade fluminense tem experiência acumulada em eventos internacionais, como a Rio+20 (2012) e os Jogos Olímpicos de 2016, além de uma rede hoteleira e infraestrutura de transporte aéreo mais robusta.

O texto também critica soluções improvisadas discutidas por autoridades locais, como o uso de navios de cruzeiro atracados para abrigar parte dos participantes. Segundo o jornal, essa alternativa apresenta alto custo e complexidade logística, sem resolver o problema central da escassez de acomodações adequadas.

A indefinição sobre o planejamento logístico da COP30 preocupa parte da comunidade internacional e ameaça comprometer o sucesso do evento, considerado o mais relevante no calendário diplomático ambiental. Delegações já manifestaram preocupação com a possibilidade de deslocamento difícil, falta de estrutura para reuniões paralelas e sobrecarga dos serviços locais.

O editorial adverte que, caso o governo federal insista em manter integralmente a conferência em Belém sem apresentar uma solução viável para a hospedagem e circulação de participantes, o Brasil poderá enfrentar críticas e constrangimento internacional.

A realização da COP30 em território brasileiro foi celebrada como uma conquista do governo federal e é vista como oportunidade de reafirmar o protagonismo do país na agenda climática. No entanto, a ausência de um plano logístico compatível com o porte da conferência pode colocar em risco os objetivos diplomáticos e políticos associados ao evento.

Representantes da sociedade civil e especialistas em eventos internacionais também passaram a defender uma revisão da estratégia original. A possibilidade de um formato dividido entre Belém e outra capital com maior capacidade logística tem ganhado espaço nas discussões, especialmente após os alertas emitidos por participantes estrangeiros.

A menos de três meses da abertura oficial da conferência, o governo federal ainda não confirmou se considera alterar o formato ou o local de parte da COP30. A expectativa é que uma definição sobre o tema seja anunciada nas próximas semanas, diante da pressão crescente para garantir a viabilidade operacional do evento.

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