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Estudo do Sindifisco expõe distorção na tributação da renda no Brasil

Um levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), divulgado pelo g1, revelou um quadro de forte desigualdade tributária no país: trabalhadores que recebem salários a partir de R$ 6 mil arcam proporcionalmente com mais impostos do que milionários. Principais números do estudo Classe média: assalariados entre 5 e 7 salários mínimos […]

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Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Foto: Washington Costa/MF

Um levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), divulgado pelo g1, revelou um quadro de forte desigualdade tributária no país: trabalhadores que recebem salários a partir de R$ 6 mil arcam proporcionalmente com mais impostos do que milionários.

Principais números do estudo

Classe média: assalariados entre 5 e 7 salários mínimos pagaram 6,63% de alíquota efetiva em 2023.

Faixa de 15 a 20 salários mínimos (R$ 19,8 mil a R$ 26,4 mil): tributação efetiva chegou a 11,40%, mais que o dobro da carga sobre milionários.

Super-rendimentos: entre quem ganha acima de 240 salários mínimos mensais (R$ 316,8 mil), 71% da renda é isenta de imposto.


O peso das rendas isentas

O estudo indica que a desigualdade surge da composição da renda dos mais ricos:

35% da renda declarada em 2024 foi isenta.

Lucros e dividendos representaram mais de R$ 700 bilhões, crescimento de 14% frente a 2022.

A prática da “pejotização” — transformar trabalhadores em pessoas jurídicas para receber via lucros e dividendos — tem ampliado essa distorção.


Concentração de renda

94% dos declarantes ganham até 20 salários mínimos e respondem por 52% da renda total declarada.

6% mais ricos concentram 48% da renda, grande parte isenta de tributação.


Debate sobre reforma tributária

A reforma tributária, aprovada em 2023, trata inicialmente dos impostos sobre consumo.

Para a renda, há discussões sobre:

ampliação da faixa de isenção do IR (até R$ 5 mil, promessa de Lula);

taxação de lucros e dividendos.

Para o presidente do Sindifisco, Dão Real Pereira dos Santos, só a revogação da isenção de lucros e dividendos e a correção da tabela do IR poderiam aliviar a carga sobre trabalhadores assalariados.


Próximos passos

As mudanças no sistema tributário serão implementadas gradualmente até 2033.

A expectativa é que, em 2026, a discussão sobre o modelo de tributação da renda avance, incluindo quem paga mais e quem paga menos.

Especialistas avaliam que a atual estrutura penaliza a classe média e protege o topo da pirâmide, perpetuando desigualdade e estimulando planejamentos tributários.


📌 Resumo: trabalhadores da classe média pagam proporcionalmente mais imposto de renda do que milionários no Brasil. O estudo do Sindifisco reforça a necessidade de avançar em medidas como taxação de lucros e dividendos e correção da tabela do IR para reduzir distorções e tornar o sistema mais justo.

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