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Estreito de Taiwan recebe gigante naval em ensaio decisivo

O porta-aviões Fujian completa testes finais antes de entrar em serviço, aumentando o alcance e a capacidade da Marinha chinesa no Pacífico O mais recente porta-aviões da China, o Fujian, realizou uma travessia pelo Estreito de Taiwan como parte de seus testes finais de pesquisa e treinamento, antes de entrar oficialmente em serviço ativo na […]

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A rota do navio acontece em meio a cenário sensível regional, despertando atenção de Taiwan e aliados internacionais sem visar nenhum país específico.
Com tecnologia avançada e armamento moderno, o Fujian integra a frota chinesa, projetando poder naval em áreas estratégicas do Mar da China / Reuters

O porta-aviões Fujian completa testes finais antes de entrar em serviço, aumentando o alcance e a capacidade da Marinha chinesa no Pacífico


O mais recente porta-aviões da China, o Fujian, realizou uma travessia pelo Estreito de Taiwan como parte de seus testes finais de pesquisa e treinamento, antes de entrar oficialmente em serviço ativo na Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN).

De acordo com o capitão sênior Leng Guowei, porta-voz da PLAN, o Fujian seguiu em direção ao Mar da China Meridional, onde completará uma série de exercícios inter-regionais.

“Os testes e treinamentos inter-regionais são uma missão de rotina do processo de construção do porta-aviões e não têm como alvo nenhum objeto específico”, afirmou Leng, em declarações reproduzidas pela mídia estatal chinesa.

Com 80 mil toneladas, o Fujian ainda não foi oficialmente comissionado, mas será o terceiro porta-aviões da China, juntando-se ao Liaoning e ao Shandong. O navio é considerado o mais moderno da frota, incorporando tecnologias avançadas de propulsão e armamento, projetadas para ampliar significativamente as capacidades navais chinesas.

Indícios de prontidão

O especialista em assuntos militares chineses, Fu Qianshao, comentou ao Global Times que a passagem do Fujian pelo Estreito de Taiwan é um indicativo de que o navio está próximo de estar pronto para o serviço operacional completo.

Antes dessa viagem, o Fujian já havia sido submetido a testes no Mar da China Oriental e no Mar Amarelo, fases essenciais para avaliar desempenho, estabilidade e capacidade de lançamento de aeronaves.

Operações acompanhadas pela mídia

A rota do porta-aviões não pegou analistas de surpresa. A mídia estatal chinesa divulgou previamente fotos e vídeos do Fujian deixando o estaleiro em Xangai, na quarta-feira, destacando o progresso do navio em direção à integração completa na frota naval.

O movimento do Fujian pelo Estreito de Taiwan ocorre em meio a um cenário regional sensível, onde a presença militar chinesa é acompanhada de perto por Taiwan e por aliados internacionais. Apesar disso, a PLAN reforçou que os testes são exercícios rotineiros, voltados apenas para a avaliação operacional do navio e não têm como objetivo ameaçar nenhum país específico.

O comissionamento do Fujian representará um marco importante na modernização da Marinha chinesa, reforçando a capacidade do país de projetar poder naval em áreas estratégicas do Pacífico. À medida que o navio se aproxima da entrada em serviço, analistas internacionais monitoram atentamente suas operações, avaliando o impacto na dinâmica militar e política da região.

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A movimentação do porta-aviões Fujian pelos mares do Leste Asiático chamou atenção não apenas por sua presença no Estreito de Taiwan, mas também por ter sido avistado próximo às disputadas Ilhas Senkaku na quinta-feira, segundo a Força de Autodefesa Marítima do Japão. O navio estava acompanhado por dois contratorpedeiros da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN).

As ilhas, conhecidas como Diaoyu na China e Diaoyutai em Taiwan, são objeto de longas disputas territoriais, tornando qualquer presença militar próxima motivo de atenção internacional.

Tecnologia de ponta embarcada

O Fujian se destaca por ser apenas o segundo porta-aviões do mundo — depois do USS Gerald Ford dos Estados Unidos — a incorporar um sistema de catapulta eletromagnética, que facilita a decolagem e o pouso de aeronaves, aumentando a eficiência e o ritmo operacional da frota aérea embarcada.

Segundo o especialista marítimo e ex-coronel da Força Aérea dos EUA, Ray Powell, o desenvolvimento deste sistema indica que a lacuna tecnológica entre China e EUA está diminuindo, embora ainda existam limitações importantes. O Fujian, por exemplo, é 20% menor que os super porta-aviões americanos e possui propulsão convencional, em vez de nuclear, como ocorre nos navios da classe Gerald Ford.

O desafio da operação

Para Powell, o verdadeiro teste para a China não está apenas no hardware, mas na capacidade operacional da tripulação. Com três porta-aviões — Fujian, Liaoning e Shandong — a PLAN terá que dividir os tripulantes veteranos entre os navios, o que representa um desafio para manter eficiência e prontidão em operações de alto mar.

“A China está fechando a lacuna de hardware, mas desenvolver a expertise operacional para operações eficazes de porta-aviões de alto mar é o que os EUA passaram quase um século aperfeiçoando”, afirmou Powell à Al Jazeera.

Expectativa para comissionamento

Embora o Fujian ainda não tenha sido oficialmente comissionado, o Instituto Naval dos EUA (USNI) projeta que a cerimônia de entrada em serviço ativo possa coincidir com uma data de significado histórico para a China. Entre as possibilidades estão o 18 de setembro, aniversário da invasão japonesa da Manchúria em 1931, ou o feriado nacional de 1º de outubro, data que marca a fundação da República Popular da China.

À medida que os testes finais avançam, o Fujian simboliza não apenas a modernização naval chinesa, mas também o esforço do país em desenvolver capacidades estratégicas de projeção de poder no Pacífico, em meio a tensões regionais e ao estreito monitoramento internacional.

Com informações de Al Jazeera*

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