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Xi Jinping propõe nova ordem global para o século XXI

A proposta destaca soberania igualitária, Estado de Direito e multilateralismo como pilares para uma cooperação internacional sólida e inclusiva Em um planeta conflagrado por crises que se sobrepõem e por uma crescente desconfiança nas instituições que deveriam nos guiar, um chamado por uma nova ordem ecoou desde Tianjin, na China. No início deste mês, durante […]

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China defende cooperação e futuro compartilhado da humanidade / Reprodução

A proposta destaca soberania igualitária, Estado de Direito e multilateralismo como pilares para uma cooperação internacional sólida e inclusiva


Em um planeta conflagrado por crises que se sobrepõem e por uma crescente desconfiança nas instituições que deveriam nos guiar, um chamado por uma nova ordem ecoou desde Tianjin, na China. No início deste mês, durante a reunião da “Organização de Cooperação de Xangai (SCO) Plus”, o presidente chinês Xi Jinping colocou sobre a mesa uma proposta audaciosa: a Iniciativa de Governança Global (GGI). Não se trata de um mero ajuste de peças no tabuleiro geopolítico, mas de uma profunda reflexão sobre o futuro da humanidade em um mundo “inundado de mudanças rápidas e desafios sem precedentes”.

A iniciativa ataca o cerne da questão que assombra corredores diplomáticos e aflige populações inteiras: o atual sistema de governança global, forjado há oitenta anos sobre as cinzas da Segunda Guerra Mundial, está falido? Para Pequim, e para uma parcela cada vez maior do Sul Global, a resposta é um sonoro “sim”. As instituições que emergiram da Carta das Nações Unidas, embora nobres em seus propósitos, hoje rangem sob o peso de suas próprias deficiências: uma “grave sub-representação” das nações em desenvolvimento, uma autoridade erodida por interesses unilaterais e uma ineficácia gritante para lidar com os desafios do século XXI.

O mundo de hoje, como bem aponta a análise que fundamenta a proposta chinesa, vive uma nova era de turbulência. Se, por um lado, os ventos da paz e do desenvolvimento ainda sopram, por outro, os “fantasmas da mentalidade da Guerra Fria, do hegemonismo e do protecionismo continuam a assombrar o mundo”. É nesse cenário de encruzilhada histórica que a proposta de Xi Jinping busca ser um farol.

A GGI se alicerça em uma visão clara de “governança global com ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados”. Em seu discurso, Xi delineou os cinco pilares que sustentam essa nova arquitetura: o respeito irrestrito à “igualdade soberana” de todas as nações, um compromisso férreo com o “Estado de Direito internacional”, a prática genuína do “multilateralismo”, a defesa de uma “abordagem centrada nas pessoas” e, crucialmente, o foco em “ações concretas”.

Esses conceitos não são apenas palavras ao vento. São um recado direto a um sistema que, por décadas, privilegiou os interesses de poucos em detrimento da maioria. Eles respondem ao anseio de nações que cansaram de ter seu destino decidido em salas onde não possuem assento ou voz ativa. O objetivo, segundo a proposta, é fortalecer o sistema internacional para que ele sirva aos interesses de todos, “especialmente os [países] em desenvolvimento”, adaptando-se às novas realidades e respondendo com agilidade aos desafios que não respeitam fronteiras.

A repercussão da iniciativa já se faz sentir. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que a proposta chinesa é de “grande importância para promover o desenvolvimento da ordem internacional em direção a uma direção mais justa e equitativa”. Sua fala não é um eco isolado, mas a representação de um sentimento crescente entre as nações que se veem à margem do poder decisório global.

A GGI não surge no vácuo. Ela é a quarta peça de um quebra-cabeça estratégico chinês, juntando-se à Iniciativa de Desenvolvimento Global, à Iniciativa de Segurança Global e à Iniciativa de Civilização Global. Juntas, essas quatro frentes formam uma visão de mundo coesa, que busca injetar estabilidade e certeza nas dimensões do desenvolvimento, segurança, civilização e governança, demonstrando a crescente responsabilidade que a China assume nos assuntos internacionais.

Em tempos de incerteza e medo, a tentação do isolamento e do confronto se torna poderosa. A China, no entanto, reafirma sua posição: permanecerá “do lado certo da história, do lado do progresso humano e do multilateralismo”. O chamado está feito. Diante de um sistema que falha em proteger os mais vulneráveis e em garantir um futuro sustentável, a China convida o mundo a explorar coletivamente novos caminhos. Um convite para, juntos, construir um futuro onde a paz, a segurança, a prosperidade e o progresso não sejam privilégios, mas um direito de toda a humanidade.

Com informações de Xinhua*

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