A poucos meses do primeiro ano completo do novo mandato de Donald Trump, pesquisas apontam um desgaste acelerado na popularidade do presidente. Levantamento atualizado em 16 de novembro de 2025 mostra que a aprovação líquida — diferença entre quem aprova e quem desaprova seu desempenho — chegou a –18 pontos, uma queda lenta porém contínua desde outubro. Atualmente, 39% dos americanos dizem aprovar o governo, enquanto 57% o reprovam; outros 4% permanecem indecisos.
O declínio é mais pronunciado quando comparado ao início do segundo mandato, período em que a opinião pública estava praticamente dividida ao meio. Agora, Trump enfrenta índices piores do que em qualquer momento de sua primeira passagem pela Casa Branca. Mesmo áreas consideradas pilares de sua plataforma política enfrentam rejeição crescente: sua atuação na política migratória registra saldo negativo de 7 pontos, e sua condução da economia e dos preços amarga –33 pontos.
Entre os jovens, o afastamento é ainda mais evidente. Americanos com menos de 30 anos, que chegaram a registrar um saldo positivo de 3 pontos no início do ano, agora avaliam o governo em –41. A perda também é significativa entre hispânicos e negros, grupos em que Trump já começara o mandato em desvantagem. Até mesmo entre eleitores brancos, o presidente, que tinha saldo positivo de 16 pontos em janeiro, passou a ser visto ligeiramente de forma negativa.
A análise estadual feita pelo The Economist, com base em dados da YouGov, indica que praticamente todo o país migrou para um sentimento mais crítico, com exceção de Idaho. Em Oklahoma, por exemplo, o saldo de aprovação despencou de +27 para –7 em poucos meses. A tendência preocupa republicanos que disputarão cargos no Congresso nas eleições legislativas de 2026.
Parte dessa frustração nacional decorre de expectativas não cumpridas. Durante a campanha, Trump prometeu um retorno robusto da prosperidade econômica, com afirmações de que os salários “disparariam”, a inflação “desapareceria completamente” e os empregos “voltariam com força total”. Inicialmente, as avaliações sobre a economia eram positivas. Mas, após anúncios de novas disputas comerciais e reações negativas do mercado, o humor dos eleitores mudou. Hoje, a economia é uma das áreas com maior reprovação.
As pesquisas também detalham como diferentes grupos sociais e demográficos se posicionam. Homens e eleitores brancos mostram índices mais favoráveis ao presidente, enquanto mulheres, jovens e minorias raciais aparecem entre os críticos mais consistentes. Eleitores com ensino superior completo ou pós-graduação também se mostram majoritariamente contrários ao governo. Mesmo pessoas com mais de 65 anos — tradicionalmente mais alinhadas ao Partido Republicano — demonstram apoio apenas moderado.
Ao analisar as preocupações centrais do país, o levantamento confirma que a economia domina a pauta nacional. Questões como inflação, empregos e custo de vida aparecem no topo entre americanos de diferentes orientações partidárias, embora democratas tendam a priorizar saúde e direitos civis, enquanto republicanos colocam imigração, impostos e segurança no centro de suas atenções.
A série histórica de dados revela um padrão: temas prioritários variam conforme os eventos políticos e econômicos. Durante o primeiro mandato de Trump, a pandemia ampliou o foco da população em saúde. Nos anos Biden, a escalada inflacionária se tornou dominante. Agora, no novo mandato do republicano, o peso das expectativas econômicas novamente molda a percepção públi
O conjunto das projeções mostra um cenário desafiador para Trump. Embora mantenha apoio sólido entre sua base eleitoral, a insatisfação crescente em estados-chave e entre grupos decisivos do eleitorado cria um ambiente de incertezas para o restante do mandato e para as disputas legislativas que se aproximam.


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