Maioria esmagadora dos Venezuelanos é contra protesto golpista

Cadê o “país dividido”? Onde enfiarão a cara os coxinhas tucanos da mídia, aí incluindo Aécio Neves e FHC, que defendiam que o governo brasileiro apoiasse a oposição e os protestos contra Maduro?

A maioria esmagadora dos venezuelanos, mesmo aqueles que não gostam de Maduro, preferem que qualquer mudança nos rumos do país se dê pela via democrática, e não por quebra-quebras de rua patrocinados por forças golpistas.

A maioria dos venezuelanos é bem mais democrática, portanto, que nossos almofadinhas sem voto apoiados por uma mídia que, historicamente, sempre usou a palavra democracia para melhor estuprá-la.

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Pesquisas: 85% dos venezuelanos condenam protestos e só 22% querem saída de Maduro

Por Fernando Brito, no Tijolaço.

Então, a democracia está ameaçada na Venezuela?

Sim, está, pela tentativa de deposição extra-legal do presidente eleito há menos de um ano, Nicolás Maduro.

Simplificando: um golpe de Estado.

Não é a minha opinião, é a da maioria dos venezuelanos.

Duas pesquisas de opinião – da International Consulting Services e da Hinterlaces – realizadas na semana passada e “escondidas” pela mídia brasileira – só tomei conhecimento delas pelo excelente Opera Mundi –  mostram que até 85,4% rejeitam a continuidade dos protestos que há quase um mês a oposição promove em todo o país.

Como você vê no gráfico, somente 3,8% dos venezuelanos estão “muito de acordo” com os protestos, um número dez vezes menor que os que estão “muito em desacordo: 37,4%.

E entre os que estão apenas “de acordo” a proporção é novamente gritante: 6,5% contra 32,7% que estão em desacordo. Ou um contra cinco venezuelanos.

No total, pouco mais de 10% defendem a continuidade dos protestos.

Outro instituto, o Hinterlaces, diz que apenas 22% dos venezuelanos apóia a saída de Nicolás Maduro do cargo, enquanto 40% querem uma aliança entre governos e empresários ou oposicionistas. Mais de um terço, porém, querem mesmo é que Maduro entre de sola sobre oposicionistas e empresas que aumentam preços: “mano dura”, escolheram estes.

Mesmo sendo apenas 22% os que querem a derrubada ou a renúncia de Maduro, é preciso considerar que ele venceu por 52% uma eleição polarizada e onde a oposição não quis aceitar os resultados das urnas. Esperado, portanto, que parte disso reflita mais o ressentimento com a derrota de abril passado do que uma condenação à administração do presidente.

71%, independentemente de apoiarem ou rejeitarem Maduro não aceita nenhuma solução fora dos caminhos eleitorais: ou nas novas eleições ou pelo mecanismo criado por Chávez na Constituição do País: o referendo revogatório, que pode ser convocado na segunda metade do mandato, por pelo menos 20% dos eleitores do país.

Há muitos outros detalhes, mas o essencial é o que não está sendo mostrado a você, embora os correspondentes dos nossos jornais e televisões tenham tido acesso a estas pesquisas, que já foram publicadas quatro ou cinco dias atras.

É preciso vender a imagem de que “as ruas” querem a saída do presidente livremente eleito.

E dar, assim, cobertura “democrática” ao golpismo.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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