Rubem Paiva, presente!

Ouça Rubem Paiva e entenda porque a covardia odeia a coragem

Por Fernando Brito, no Tijolaço.

 

Por que Rubem Paiva, um deputado federal cassado, foi sequestrado, torturado, assassinado e seu corpo lançado em algum lugar desconhecido, provavelmente ao mar, como se admite agora?

A ditadura e seus viúvos sempre procuram “justificar” sua brutalidade e seus assassinatos dizendo que, do outro lado, estavam guerrilheiros armados, mas esta “desculpa” cínica não servia para Rubem, que jamais praticara nenhuma ação violenta.

Mas não por medo ou covardia.

Porque Rubem Paiva era um valente.

Tão valente que morreu por ter voltado do exílio, que não suportou.

Morreu pelas mãos de covardes, acobertados por um regime que os açulou como hienas contra homens e mulheres indefesos, dominados, encarcerados e lhes encheu do prazer doentio de maltratarem e exterminarem seres humanos.

Não numa guerra, mas numa vendetta.

Havia anos Paiva estava marcado.

Por sua fidelidade ao povo trabalhador, à legalidade democrática, ao Brasil.

Na madrugada de 1° de abril, com o golpe em curso, Paiva foi aos microfones da Rádio Nacional praticar este amor, como você pode ouvir no precioso áudio recuperado pela EBC, como parte da memória dos 50 anos da ditadura que escureceu tantas vidas.

Um amor perigoso, que anos mais tarde lhe tomaria a vida.

Mas que ele jamais renegou.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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