Forças Armadas, acordem! Seu maior inimigo é a direita entreguista e neoliberal!

Uma das coisas mais incoerentes que temos visto nos últimos tempos, e com certeza por culpa dessa guerrinha midiática maluca que vivemos, é contrapor as Forças Armadas aos governos do PT.

A culpa em parte dessa confusão é do próprio governo, que não se comunica. Ele podia acabar com a marra de Bolsonaro facilmente.

Não queria ser tão partidário, mas infelizmente sou obrigado a sê-lo. O grande adversário das Forças Armadas brasileiras é o PSDB e a direita, que não fizeram investimento nenhum em nossa indústria de defesa. Ficam só nesse papinho de anticomunismo, que não enche barriga de ninguém. Não investiram nem em tecnologia, nem em salários. Na era FHC, um soldado ganhava menos que um salário mínimo, e não se deu reajuste para ninguém. As Forças Armadas ficaram à míngua.

Na era Lula/Dilma, instituiu-se o salário mínimo para recrutas, que ganhavam menos que isso (e o salário mínimo foi aumentado em várias vezes), e concedeu-se importantes reajustes para todos os oficiais.

Mais importante ainda: os investimentos em tecnologia estão acontecendo em grande escala. Com a decisão de adquirir os caças Grippen, da Suécia, será montado um gigante centro industrial e tecnológico em São Paulo, para fabricação de caças da quarta geração, os mais modernos do mundo.

Enquanto a direita, com ajuda da mídia neoliberal e entreguista, tenta iludir os militares com seu blablablá anticomunista, o que é uma coisa esquizofrênica, porque o PT não tem nada de comunismo, o governo vem tomando iniciativas concretas em prol da indústria de defesa de nosso país.

Assista ao vídeo abaixo, com o ministro da Defesa, Celso Amorim, falando sobre a compra dos caças suecos, e também dos submarinos:

Abaixo, outra fonte, com mais informações sobre o primeiro submarino nuclear a ser construído no país.

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Texto extraído do Youtube acima:

Esse assunto do submarino nuclear brasileiro pode ser lido sob várias dimensões.

No que diz respeito estritamente à tecnologia, seriam três os passos para a consecução desse tipo de arma: o domínio da produção do combustível, o domínio da engenharia do casco e o domínio da engenharia da propulsão. O primeiro o Brasil já tem (e isso é segredo tecnológico guardado a sete chaves por cada possuidor); o segundo a França está vendendo, porque é a único passo passível de ser comercializado; o terceiro, o Brasil está se esforçando para produzir, mas, com os crescentes contingenciamentos de recursos , os prazos vêm sendo progressivamente adiados. Até onde eu saiba, a última previsão para batida de quilha do primeiro submarino nuclear brasileiro estava marcada para 2025. Ou seja, ainda falta tempo.

Isso significa que este tipo de projeto só pode sobreviver como um projeto de Estado, e não como um projeto de governo. Mas esse projeto de Estado tem a ver com a nova dimensão dada à política externa brasileira a partir do primeiro governo LULA. Só que um possível governo do PSDB produziria um tipo completamente distinto de alinhamento estratégico do Brasil. Portanto, ironicamente, no Brasil projetos de Estado acabam reduzidos, sim, a projetos de governo.

Em termos estratégicos, um submarino nuclear colocaria o Brasil em um clube seleto de “global players” com poder de dissuasão não desprezível, e aí a dimensão estratégica deve seus dividendos à dimensão tática.

O submarino sempre foi reconhecido como uma espécie de guerrilheiro dos mares: sua ação é furtiva e evasiva; produz desgaste, mas raras vezes é largamente destrutiva;AZUCRINA qualquer planejamento naval inimigo, a ponto de produzir perdas politicamente insustentáveis. Só que no atual estado tecnológico de detecção, um submarino convencional é praticamente uma arma de um tiro só. O submarino nuclear é o único capaz de incursionar e se evadir com relativo sucesso. Três submarinos nucleares seriam suficientes (em termos de autonomia) para cobrir a zona marítima de interesse econômico do Brasil ( O PLANO BR ATÉ ONDE SEI É ATÉ 2040).

Isso seria anacrônico se confrontado com o discurso brasileiro de tornar o Atlântico Sul um espaço pacífico. O elemento “problematizante”, a bem curto prazo, que entra nessa equação política não é outro que a reativação da 4a. frota norte americana.

Os documentos que sustentam a política de defesa brasileira (Livro Branco da Defesa Nacional) fazem questão de sentenciar formalmente que o Brasil não têm inimigos. Isso não quer dizer que as projeções militares brasileiras não trabalhem incessantemente com inimigos potenciais. Nesse sentido, qualquer militar de alto ou médio escalão razoavelmente atento sabe que, com essa capacidade de dissuasão e frente ao quadro existente, o que um submarino nuclear insinua a curto prazo para o Brasil é que, a despeito do tal horizonte africano e antártico de que falam os russos, nosso inimigo potencial não é outro que os Estados Unidos.

Um realinhamento conservador na política externa brasileira , com uma subordinação automática ao campo de influência norte-americano , simplesmente tornaria o projeto do submarino nuclear uma ociosidade.

Neste sentido independente das visões políticas partidárias e reconhecendo a importância estratégica desta ferramenta devesse reconhecer que no governo Lula os avanços estratégicos ( na parte que cabe a política ) foram muito significativos se comparado aos anteriores.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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