Globo aciona carga máxima contra Dilma

A Globo começou a usar todas as suas armas para forçar, ao menos, a realização de um segundo turno.

O jornal O Globo de hoje é inteiramente voltado para ataques à Dilma.

Sobre os Correios, aquilo é ridículo demais. O que eles querem dizer? Que as pessoas votam na Dilma porque receberam cartinha dos Correios?

Seria uma cartinha mágica, hipnótica?

Bem, esquece isso.

Passemos para outra acusação, igualmente ridícula, de que Dilma “não demitiu” Paulo Roberto Costa.

Ora, Costa era indicado político, apesar de funcionário de carreira da Petrobrás desde os anos 70.

Do ponto-de-vista da burocracia, indicado não se demite, pede-se a sua demissão. E isso se chama: demitir.

O próprio Costa admitiu, na CPI, e o Globo é obrigado a dar isso na matéria, mas escondido ao final (e citando a “campanha”, porque o próprio jornal não pode apurar nada, né?):

Segundo a campanha, o depoimento do ex-diretor confirmaria o que Dilma declarou sobre a demissão. Disse Costa na CPI: “O ministro me falou (…) “Nós resolvemos que precisamos ter uma nova pessoa na Diretoria de Abastecimento.” Eu falei: “Ministro, sem problema. Não há nenhum problema. Eu entendo isso.” E o ministro falou (…): “Eu gostaria que você fizesse uma carta de demissão.” Eu disse: “Nenhum problema, eu faço.”

*

Os jornalistas do Globo, se preferirem, podem ler o próprio Globo do dia 26/04/2012. Lá, tem uma matéria intitulada “Partidos se irritam com mudanças feitas por Graça na Petrobras”.

Seleciono o trecho inicial:

Partidos se irritam com mudanças feitas por Graça na Petrobras

Companhia confirma saída de três dos sete diretores. Mudanças foram definidas após presidente da estatal consultar Dilma

POR VIVIAN OSWALD / CRISTIANE JUNGBLUT / RAMONA ORDOÑEZ
26/04/2012 22:53

BRASÍLIA — A Petrobras confirmou na quinta-feira a saída de três dos sete diretores do quadro: Paulo Roberto Costa, de Abastecimento; Renato Duque, de Engenharia; e José Zelada, da área Internacional. Eles se despediram do comando da empresa na reunião da diretoria pela manhã.

A saída de Duque e Zelada ocorreu a pedido de ambos. Mas Costa, indicado pelo PP, saiu por decisão da presidente Graça Foster. Seu afastamento pegou o partido de surpresa e provocou a ira da legenda, que está “em revolução”, segundo políticos ligados ao PP.

Mudanças foram definidas após consulta a Dilma

Com as mudanças, da gestão de José Sergio Gabrielli resta apenas o diretor financeiro, Almir Barbassa. Segundo parlamentares com trânsito na empresa, a nova presidente da Petrobras — à frente da estatal desde fevereiro — já pretendia fazer as substituições logo que assumiu. As mudanças de agora foram definidas por Graça depois de pelo menos dois encontros em Brasília, inclusive com a presidente Dilma Rousseff.

O problema, na visão do PP, não estaria na demissão de Paulo Roberto Costa propriamente dita, mas no fato de o partido ter tomado conhecimento da decisão pelos jornais. Se o seu desligamento não era esperado pela legenda, dentro do governo Costa já era considerado a “bola da vez” há algum tempo, porque estaria “muito soltinho”.

— O setor político indica e a administração demite. (O governo) não precisa dar satisfação ou explicar os seus motivos. Mas tem que fazer com educação. Saber pelos jornais é muito ruim — disse uma fonte ligada ao partido.

*

“Mudanças [ou seja, demissão de Costa] foram decididas após consulta a Dilma”.

“O setor político [partidos] indica e a administração [Dilma] demite”.

 

Está no Globo.  O Globo não acredita mais no próprio Globo?

Olha como a situação é ridícula. Quando Dilma demite Costa, em abril de 2012, o Globo faz tudo para converter essa demissão num desgaste político para Dilma junto ao PP, partido que teria indicado o diretor para a última função que ele ocupava.

Aí, às vésperas da eleição, o Globo dá um “migué” e finge ignorar que demissão de indicado político é sempre feita com um pedido ao mesmo para se desligar, acompanhada de um cumprimento protocolar.

 

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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