Datafolha: rejeição a Aécio cresceu 4 pontos


 

Vou repetir a minha oração deste segundo turno. Não dá mais para acreditar em pesquisa. Em nenhuma pesquisa.

Ainda mais em pesquisa paga pela Globo, como é o caso de ambas, Datafolha e Ibope.

Não dá para acreditar em pesquisa nem a favor nem contra nosso candidato.

Os brasileiros tem de fazer o debate sem pensar nisso.

Infelizmente, porém, não dá para ignorá-las completamente.

Então vamos lá.

Acabou de sair o Datafolha de hoje. Tudo igual. Empate técnico. Aécio 51% X 49% Dilma, considerando os votos válidos.

Com a margem de erro, Dilma pode estar na frente.

A queda na bolsa de hoje refletiu, seguramente, informações privilegiadas de alguém do Datafolha ou Ibope. O massacre de Dilma em Aécio, no debate de ontem, talvez tenha ajudado o mercado financeiro a recolher-se a sua insignificância e entender que a decisão final sobre quem nos liderará nos próximos 4 anso talvez seja mesmo a do povo brasileiro, e não a dos operadores de bolsa.

E pelo grau da queda, o mercado pode estar começando a desistir de Aécio Neves.

O Datafolha mostra ainda outro interessante empate técnico, e isso é uma novidade. A rejeição de Aécio cresceu 4 pontos e atingiu 38%. A de Dilma caiu 1 ponto e ficou em 42%. Pela margem de erro, ambos podem ter 40% de rejeição.

Diante da pesadíssima artilharia midiática contra Dilma na semana que passou, é até incrível que a presidenta tenha se mantido estável nas pesquisas.

Diante da inacreditável festa que a mídia fez para Aécio, é igualmente incrível que ele não tenha crescido, e, ao contrário, tenha visto sua rejeição crescer tanto.

A partir de agora, com a vitória que obteve no debate na Band e com a reorganização da campanha nas ruas e nas redes, Dilma encontra espaço para crescer.

Ainda segundo o Datafolha de hoje, a aprovação do governo Dilma subiu para 40%. Era 32% em julho. O percentual de aprovação reúne os entrevistados que avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”.

De acordo com a pesquisa, os que desaprovam o governo (consideram que ele é “ruim” ou “péssimo”) somam 21%. Em julho, a desaprovação era de 29%.

Hoje sai o Ibope no Jornal Nacional. Não vou arriscar nenhum prognóstico. Vou apenas repetir: não dá para acreditar em pesquisa.

PS: Já saiu o Ibope. São os mesmos números do Datafolha. Parece até que eles estão combinando…

Abaixo, o texto divulgado há pouco pela Folha.

*

Aécio mantém 51% das intenções de voto, ante 49% de Dilma, diz Datafolha

POR RICARDO MENDONÇA, DA FOLHA.
DE SÃO PAULO

A 11 dias do segundo turno, a disputa pela Presidência da República continua extremamente acirrada, mostra pesquisa Datafolha feita na terça-feira (14) e nesta quarta (15). O senador Aécio Neves (PSDB) tem 51% dos votos válidos, a presidente Dilma Rousseff (PT) alcança 49%.

É um empate técnico, com exatamente os mesmos percentuais de voto válido da primeira pesquisa Datafolha do segundo turno, feita nos dias 8 e 9 deste mês. Nos dois casos, a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Em votos totais, Aécio tem 45%; Dilma, 43%. Na rodada anterior, cada um tinha um ponto percentual a mais. Os eleitores dispostos a votar nulo ou em branco oscilaram de 4% para 6%. Os indecisos continuam sendo 6%.

O instituto investigou ainda o grau de decisão dos eleitores. Aécio e Dilma também estão empatados na taxa de convicção: 42% afirmam intenção de votar nele “com certeza”, o mesmo valor para Dilma.

Há 18% que “talvez” possam votar no tucano (eram 22% na pesquisa anterior) ante 15% para Dilma (eram 14%). Já os que não votam em Aécio “de jeito nenhum” são 38% agora (eram 34% no dia 9), enquanto 42% rejeitam votar em Dilma (eram 43%).

O Datafolha ouviu 9.081 eleitores em 366 municípios. O nível de confiança do levantamento é 95% (em 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões). O registro do estudo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR 01098/2014.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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