A batalha pela narrativa

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Análise Diária de Conjuntura – Tarde – 12/01/2016

O diagnóstico agora está vindo, cada vez mais, de dentro: o presidente do IPEA, em entrevista a Marcelo Coelho, diz que o principal erro do governo foi não enfrentar a batalha de narrativas.

Claro, há uma divisão interna, no governo.

Uma ala à direita, aparentemente liderada pela própria Dilma, foge de qualquer debate sobre mídia: a submissão é absoluta e total.

A expressão de pavor no rosto de Dilma, seguida de um balbucio qualquer, quando Jô Soares lhe perguntou sobre a questão, é prova de que o problema vem de cima, da própria presidenta.

A própria entrevista, num programa exibido às três horas da manhã, deu mostras da servidão voluntária do governo à grande imprensa.

O primeiro artigo do ano da presidenta foi enviado à Folha, exclusivo para assinantes do jornal, ao invés de ser oferecido, democraticamente, ao mundo livre da internet.

É o discurso do controle remoto.

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Outra ala, à esquerda, entende que é preciso fazer alguma coisa neste sentido, mas também não faz nada, porque a ala dilmista conseguiu paralisar qualquer iniciativa criativa e independente.

Os ministérios, intoxicados pelo miasma de covardia que emana do próprio Planalto, não produzem nada de interessante.

Não vemos entrevistas, nem depoimentos, nem interações, nem ideias novas, nada de criativo parece vir do Executivo, apesar do imenso aparato de que dispõe.

A agenda jornalística da mídia comercial, por sua vez, nunca foi tão medíocre.

Não sabemos o que se passa em nenhum Estado, em nenhum município.

O Brasil simplesmente não existe em nossa grande imprensa, daí que ocorrem tragédias de proporção histórica, como o estouro da barragem em Mariana, e o público não entende muito bem, porque sequer sabia que havia barragens por ali, quanto mais saber que existiam pessoas vivendo em áreas de risco.

O cidadão entra no site da Globo e observa rapidamente que a Petrobrás é a principal patrocinadora do espaço.

O governo fica a um triz de ser derrubado, Dilma é xingada em estádios, torna-se a presidenta mais impopular em décadas, e mesmo assim não há uma autocrítica neste sentido.

Nada muda.

Entretanto, de tanto apanhar, Dilma acaba cansando o adversário. Sem conseguir derrubar o governo, a oposição começa a irritar setores crescentes da população, que não estão dispostos a serem cobaias humanas de uma tentativa de violar a soberania do voto.

Enquanto isso, a PM de São Paulo parece fazer de tudo para provocar o caos, exagerando o uso de bombas contra manifestantes.

Alguém poderia até pensar que há um esforço deliberado para reacender o espírito insurrecional de junho de 2013, com vistas a incendiar o país e criar o sentimento de desgovernança, reforçando o discurso do impeachment.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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