Tivemos uma saudação nazista na convenção do Partido Republicano?

Charge: Max Fleishman/ Daily Dot

por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho

A apresentadora de rádio e comentarista política Laura Ingraham, muito famosa nos Estados Unidos por seu programa no estilo talk-show, The Laura Ingraham Show, de cunho conservador, provocou um rebuliço na internet. Mídias sociais como o Twitter foram à loucura.

Ao terminar seu discurso na convenção nacional do Partido Republicano que oficializou a candidatura de Donald Trump à presidência da República, Laura fez um gesto que muito se assemelha à famosa saudação nazista (veja no vídeo acima).

Como já era previsto, a internet não perdoou o deslize e Laura foi alvo de piadas e memes.

Brincadeiras à parte. O discurso de Laura Ingraham seguiu a cartilha da extrema direita: nacionalismo, xenofobia, moralismo e combate à corrupção.

Disse que o governo não pode permitir a entrada de imigrantes muçulmanos; acusou os democratas de estarem transformando os Estados Unidos em uma nação sem fronteiras, onde qualquer um pode entrar e sair livremente; afirmou com a maior naturalidade que a vida de americanos são mais importantes que o resto do mundo; e defendeu a candidatura de Donald Trump com um discurso de combate à corrupção. Por ser um outsider, um não-político por assim dizer, Trump seria o único capaz de revelar a falsidade e a fraude que reina em Washington, disse.

Ao descer do palanque ela retuitou diversas mensagens de apoio de líderes conservadores. Entre eles Geert Wilders, político holândes conhecido por incitar ódio aos muçulmanos e que atualmente coordena uma campanha para que a Holanda deixe a União Européia, igual fez o Reino Unido.

Isso me fez lembrar de uma entrevista do filósofo, ativista social e professor da Princeton University, Cornel West, ao jornalista Ben Norton, publicada em maio no Salon, um dos melhores blogs progressistas dos Estados Unidos.

West foi cabo eleitoral de Bernie Sanders e faz duras críticas ao rumo do partido Democrata sob a liderança de Hillary Clinton.

Na sua avaliação, os Estados Unidos se encontram numa encruzilhada: ou votam pela manutenção do ‘desastre neoliberal’ representado por Clinton, ou embarcam na aventura ‘neo-fascista’ de Donald Trump. Seja qual for o resultado, West tem razão quando diz que tempos difíceis virão pela frente.

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