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Espiando o poder – A venda da Petrobras e do País em torno da imagem onipresente

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Espiando o poder: análise diária da grande imprensa Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho A imagem de Donald Trump e Barack Obama de mãos abertas, prestes a se cumprimentar no Globo e na Folha, já se cumprimentando no Valor e no Estado de São Paulo, domina as capas dos jornais da […]

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Espiando o poder: análise diária da grande imprensa

Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho

A imagem de Donald Trump e Barack Obama de mãos abertas, prestes a se cumprimentar no Globo e na Folha, já se cumprimentando no Valor e no Estado de São Paulo, domina as capas dos jornais da grande imprensa de hoje, mas não as manchetes. A Folha diz que “tom cordial marca primeiro encontro de Obama e Trump” e é a única a dar manchete sobre a foto. O Valor também relaciona sua principal notícia à imagem, ao informar que “‘efeito Trump’ valoriza o dólar e gera turbulência”. Mas o Globo foca na crise caseira, contando que o governador Luiz Fernando “Pezão ameaça pedir intervenção federal no Rio”, e o Estadão vai logo no ponto que, entre todas as manchetes de hoje, mais interessa no momento aos donos do poder. “Petrobrás tem R$ 16,5 bi de prejuízo, o 3º maior da história”, afirma a manchete que é chamada no alto da capa do Globo, a dizer também que as perdas foram “com baixa contábil, PDV e provisão para processo nos EUA”. Lá dentro o jornal carioca avisa que “estatal criada para administrar pré-sal terá mudança de perfil”, e na capa, na chamada logo abaixo da Petrobras, diz que “governo quer abrir setor aéreo”. A Folha, também só lá dentro, mostra líderes da indústria nacional falando em fim do conteúdo local, e a turma do presidente Michel Temer, envolvido com cheque suspeito, corre o mais rápido que pode para abrir geral, sobretudo o pré-sal.

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Segundo a matéria do Globo, “a Petrobras teve prejuízo de R$ 16,5 bilhões no 3º trimestre, após rever o valor de seus ativos com a alta do dólar e a queda no preço do petróleo. A estatal reservou R$ 1,182 bilhão para perdas com ações nos EUA e R$ 1,26 bilhão para o programa de demissões voluntárias”. No blog Tijolaço, no texto sob o título alertando que “balanço da Petrobras mostra que redução de preço da gasolina é demagogia econômica”, o jornalista Fernando Brito afirma que há índices reveladores no balanço de como a companhia está sendo desmontada, a começar pela redução de sua força de trabalho (10% na comparação anual e 7% só neste semestre)”, o que casa perfeitamente com o montante de R$ 1,26 bilhão para o programa de demissões voluntárias, o chamado (PDV).

Também pesaram no balanço, informa o jornal carioca “as provisões (quando a empresa faz uma reserva de recursos para possíveis perdas futuras) para gastos com acordos em ações individuais contra a Petrobras em Nova York. A estatal reservou R$ 1,182 bilhão para eventuais derrotas na Justiça americana. É a primeira vez que a companhia faz esse tipo de provisão.” Eis aí mais uma consequência nefasta da operação Lava Jato para a economia nacional, ajudando no desmonte da maior das empresas brasileiras que, de acordo com Fernando Brito, pode ser comprovado ainda  com “a redução nos investimentos (-26%)  e o baratíssimo custo de extração do pré-sal (US$ 8 por barril), este que estão entregando de bandeja.”

Na esteira dos novos tempos, a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), empresa criada em 2013 para a gestão dos contratos por partilha da produçãodo pré-sal, “passará a ter um perfil diferente, na linha do que defende a equipe do presidente Michel Temer”, como informa o Globo numa página interna. E o que defende a equipe do governo já vem desagradando inclusive uma boa parcela da indústria nacional, como a Folha revela também só lá dentro na matéria com o título afirmando que “indústria critica plano de incentivo a fabricantes do setor de petróleo”. O subítulo diz que “proposta do governo prevê flexibilização das regras de conteúdo local nos leilões de 2017”, e na matéria, lá embaixo, “o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, disse que a proposta representa ‘o fim’ do conteúdo local”.

Velloso “critica o conceito de ‘conteúdo local global’, que extingue a planilha de bens que precisam ter índice de nacionalização e cria um percentual para todo o investimento. ‘Agora, até advogado vai virar conteúdo local'”, ironiza o presidente-executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, que em outra frase, destacada inclusive na ágina do jornal paulista, lembro que “nos últimos dez anos, o governo e a Petrobras foram ao exterior atrair empresas para o Brasil. Conseguiram US$ 60 bilhões em investimentos em capacidade produtiva e agora vemos esse cavalo de pau nas regras”.

Em matéria com o rótulo de exclusiva, o Globo afirma que “o governo vai editar medida provisória que acaba com o limite de 20% para capital estrangeiro em empresa aérea. Na prática, participação poderá ir a 100%.”. A matéria diz que “para evitar resistências, o texto desta vez não fala em percentuais, mas, na prática, vai permitir que a participação do investidor estrangeiro no setor chegue a 100%, explicou um técnico”. A medida provisória, segundo o jornal, também “autorizará as companhias a cobrarem tarifas de conexão dos passageiros, destacando o valor no bilhete, como funciona com as taxas de embarque.”

E no momento em que as incertezas com a eleição de Trump nos Estados Unidos provocam a maior alta do dólar em oito anos, como informa a manchete do Valor e chamadas nos demais primeiras páginas, a Folha afirma em página de dentro que “governo reduz expectativas sobre o PIB”. “Equipe econômica descarta retomada neste trimestre e corta previsão de crescimento em 2017 de 1,6% para 1%”, diz o subtítulo a mostrar que a crise veio pra ficar, que o otimismo de todos com a troca de governo, puxado pela mídia, já começa a se dilacerar., ainda mais onde a situação é mais grave, como no Rio de Janeiro.

No texto de sua manchete de hoje, o Globo conta que “após a União bloquear R$ 140 milhões do estado, o governador Pezão ameaçou pedir intervenção federal no Rio”. Ainda segundo o jornal carioca, “a intervenção não é cogitada pelo Planalto porque, pela Constituição, a medida inviabilizaria a votação de emendas constitucionais, como a que limita os gastos púbicos.” Seria um entrave e tanto para o projeto de desmonte de programas sociais tocado pelo governo, e também por isso Míriam Leitão, na coluna de hoje, trata do tema sob o título “Pezão e a crise do Rio”.

“O governador Luiz Fernando Pezão disse que 66% dos funcionários do estado têm direito a aposentadoria especial e poderão se aposentar com menos de 50 anos”, diz a colunista logo na abertura do texto. Mais embaixo, a coluna fala que “Pezão recusa a palavra ‘confisco’ para definir a sua ideia de cobrar 30% dos funcionários e dos inativos para a Previdência, mas evidentemente essa é a palavra para um percentual tão grande de desconto no salário. Depois da reação dos servidores, da Justiça, e a devolução do projeto pela Assembleia, o governador conta apenas com as outras propostas, entre elas a de elevar a alíquota da Previdência para 14%.”

“Nossa expectativa de vida aumentou e não dá para se aposentar com 48 anos ou 49 anos como a maioria do funcionalismo do Rio. Não dá para um coronel da PM se aposentar com 49 anos. Fui buscar os dois últimos comandantes da PM já fora da PM, aposentados aos 49 anos”, afirmou Pezão em entrevista à colunista. E no editorial principal de hoje o Globo critica a recusa do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em discutir o corte de 30% dos servidores ativos e inativos. Globo editorial – “Político ainda não percebe a profundidade da crise”, é o título do editorial no qual o jornal carioca afirma que “em alegada defesa do servidor, parlamentares não apoiam ajuste fiscal, e assim a economia não cresce, recolhe menos impostos e o funcionalismo é prejudicado”.

Ainda segundo o Globo, “Temer prometeu buscar solução com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles” para o Rio. O presidente não votado, porém, tem ainda que resolver outro problema, de acordo com a matéria que o jornal carioca publica em página de dentro, a informar no título que “delator terá que explicar cheque para Temer”. “Defesa de Dilma apresenta documento que mostra doação de R$ 1 milhão de empreiteira à campanha do vice”, afirma o subtítulo da matéria em que “o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convocou Otávio Marques de Azevedo, ex- presidente da construtora Andrade Gutierrez e um dos delatores da Lava-Jato, a esclarecer, em novo depoimento, a doação de R$ 1 milhão que ele disse ter feito à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.”

O texto conta que “em setembro, Azevedo disse em depoimento que o dinheiro foi repassado ao PT. Mas um cheque apresentado pela defesa de Dilma mostra que quantia do mesmo valor teria passado pelo PMDB e destinada pelo partido à candidatura de Michel Temer a vice-presidente”. O novo depoimento será dado em Brasília, na próxima quinta-feira, e Merval Pereira já saiu em defesa do presidente, contra s petistas de sempre, na coluna “A decisão crucial”.

“O cheque de R$ 1 milhão depositado pelo PMDB na conta do então vice-presidente Michel Temer na campanha de 2014 está sendo tratado pela oposição como uma prova irrefutável de que ele também recebeu dinheiro desviado da Petrobras da empreiteira Andrade Gutierrez. Tornou-se um novo foco de desequilíbrio institucional”, afirma Merval, que na conclusão de seu texto dá também a dica para que esse inconveniente inesperado não atrapalhe os planos do governo golpista.

“O que está em jogo no TSE não é mais se é possível cassar a chapa vencedora da eleição presidencial por abuso de poder econômico, pois já existem provas suficientes de que isso aconteceu realmente. O que se discute agora, e essa será uma discussão longa e demorada, é se é possível separar as contas de Dilma e de seu vice Temer. Se o TSE considerar que a campanha do vice recebeu dinheiro do PT sem saber a origem, ele não será punido, apenas ela”, conclui Merval.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Comentários

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Daniel

12/11/2016 - 07h59

Nova campanha “O PETRÓLEO É NOSSO” FORA MISHEL!

Maria Thereza G. de Freitas

11/11/2016 - 15h05

até que estou gostando dessa coluna. A gente confirma que a mídia velha continua canalha do mesmo jeito, sem precisar comprar nenhum exemplar.


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