Dilma Rousseff entra com requerimento no MPE solicitando que Otávio Azevedo seja investigado

Brasília - DF, 02/09/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante entrevista para agências internacionais no Palácio da Alvorada. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Para o vice-procurador-geral eleitoral, Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, mentiu à Justiça. Não há dúvidas de que Azevedo deu versões diferentes para doações feitas à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014.

No Diário do Centro do Mundo

Dilma, a cada dia mais inocente, busca justiça

Por Mauro Donato

A ex-presidente Dilma Rousseff entrou com requerimento no Ministério Público Eleitoral solicitando que Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, seja investigado.

Em sua delação, Otávio Azevedo mentiu na cara dura. Afirmou que sua Andrade Gutierrez havia feito doação ilegal de R$ 1 milhão para a campanha de Dilma. Como que a comprovar o que estava dizendo, ainda relatou ter tratado da ilicitude em encontro com Edinho Silva (ex-tesoureiro de campanha e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social de Dilma) e mais um correligionário. Tudo mentira cabeluda.

A reunião com os petistas nunca aconteceu e a defesa de Dilma apresentou ao TSE comprovante do pagamento do tal R$ 1 milhão. Não foi em dinheiro, foi em cheque, portanto declarado e dentro da legalidade. Mais: o cheque era nominal e destinado a Michel Temer.

O TSE então convocou Otávio Azevedo para que se explicasse. “Veja bem, me equivoquei”, foi mais ou menos o que disse candidamente o executivo engravatado. Aquilo não foi um engano, mas falso testemunho. Azevedo deveria estar preso por isso. Até porque não foi seu único lapso de memória.

Otávio Azevedo em um outro depoimento ‘esqueceu’ de mencionar R$ 7 milhões (esses sim, por fora) doados pela Andrade Gutierrez para Aécio Neves. Não tinham sido R$ 12,5 milhões e sim R$ 19 milhões. Coisa boba, fácil de esquecer. E há hoje um grande empenho na república de Curitiba em aceitar suas versões de ‘equívoco’ ou ‘confusão’.

Quanto mais o tempo passa, menos crédito pode-se dar à Lava Jato. Uma operação que até agora não conseguiu assegurar aos brasileiros de que não esteja premiando com a liberdade caguetas mentirosos que estejam fazendo afirmações convenientes para sabe-se lá quem.

As mais recentes fizeram com que advogados de Lula reagissem com ironia e afirmassem que a coisa agora atingiu ‘grau de loucura’. Referiam-se a três delatores que induziram a operação a investigar um terreno que ‘teria sido’ comprado, onde ‘seria construído’ o Instituto Lula. Tudo assim, no condicional.

“A Lava Jato abriu um processo contra Lula por ele não ter recebido um terreno, que segundo a operação, seria destinado ao Instituto Lula. A Lava Jato reconhece, porque é impossível não reconhecer, que o terreno não é nem nunca foi do Instituto Lula ou de Lula. É o grau de loucura que a Lava Jato chegou na sua perseguição contra o ex-presidente”, afirmaram. O local é um terreno até hoje.

Nem todas as delações mentirosas como a do ex-presidente da Andrade Gutierrez serão desmascaradas. E, de resto, o estrago já está feito.

Mas voltemos a Dilma. No meio de tanta lama, nada apareceu sobre ela até agora. Nenhum ato ilícito, nenhuma falcatrua, nenhuma vantagem pessoal. Ao contrário, a todo momento ficamos sabendo que deu liberdade para a Polícia Federal (reconhecida publicamente por seus agentes), não intercedeu para brecar a Lava Jato nem mesmo quando seus companheiros de partido eram alvos, fez o possível para barrar as sacanagens de Romero Jucá, Eduardo Cunha e companhia limitada.

E foi enviada para a guilhotina.

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