Meganhagem midiática e irresponsável pode fazer o Brasil perder mercado mundial de carne

(Na foto, o delegado da PF que liderou a operação Carne Fraca)

Bem, já destruíram a indústria de construção civil. A Odebrecht, que atuava em mais de 40 países, e concorria com empreiteiras americanas, chinesas e europeias, foi eliminada.

O próximo a ser aniquilado será a indústria brasileira de carne. Problemas pontuais são tratados com exagero, escândalo, sensacionalismo, prejudicando uma das atividades mais importantes da economia nacional.

O resultado da desorganização do setor de carne será, obviamente, a brutal queda na qualidade da carne consumida pelos brasileiros, perda dos mercados internacionais, com reflexos profundos sobre a renda de milhões de trabalhadores, além da perda de impostos.

Ao invés de tocarem uma investigação rigorosa, porém de maneira discreta, a operação da PF que investiga o mercado de carne optou pelo estilo “Lava Jato”.

A considerar as consequênicas da Lava Jato, que fez a corrupção aumentar, ao levar ao poder a nata dos corruptos, essa nova investigação da PF trará também grandes prejuízos à economia brasileira.

Os americanos, assim como fizeram com a Petrobrás e a Odebrecht, escalpeladas por multas bilionárias frequentes cobradas pela Justiça americana, não perderam tempo: já começaram a organizar medidas para destruir as empresas brasileiras de carne.

Se sobrar alguma coisa do Brasil após essa era de golpes, meganhagem irresponsável e jornalismo criminoso, será um milagre.

O delegado responsável pela Operação Carne Fraca é mesmo que, recentemente, em entrevista à Veja, afirmou que a Lava Jato perdeu o “timing” para prender Lula.

É bem possível que o vaidoso tenha dado ares espetaculosos à essa investigação porque, em sua obsessão insana para prender o ex-presidente, acreditou em hoaxs de internet que ligavam Lula, ou seu filho, à Friboi…

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No Jornal GGN

Ação da PF contra setor de carnes ocorre após Brasil conquistar mercado nos EUA

Jornal GGN – A Polícia Federal admitiu que investiga o pagamento de propina por empresas brasileiras que produzem carne há cerca de dois anos, mas só deflagrou a “maior operação” de sua história no momento em que o Brasil vinha abrindo mercado no plano internacional. Em julho do ano passado, por exemplo, o País acertou com os Estados Unidos a venda de carne bovina in natura, encerrando uma negociação que se arrastava há 18 anos.

Reportagem de O Globo, publicada na tarde desta sexta (17), aponta que a operação Carne Fraca, contudo, pode derrubar as exportações brasileiras, pois as denúncias já são vistas por especialistas como uma ameaça a mais esta área da economia nacional. A Lava Jato, que hoje completa três anos, teve impactos negativos sobre a indústria de construção, ao implicar as maiores empreiteiras do País, inclusive no exterior.

Em 2016, 7,2% de tudo o que o Brasil exportou vieram especificamente do setor alvo da PF, rendendo 11,6 bilhões de dólares, se somadas as vendas de carne bovina e de frango (Brasil ocupa 1º lugar no ranking de exportadores, seguido pelos EUA) e de suínos (4º lugar).

Segundo o Globo, “as irregularidades na produção de carnes de gigantes do setor encontradas pela Polícia Federal afetam a imagem do Brasil no exterior e podem levar à criação de barreiras fitossanitárias.”

A operação Carne Fraca alega que fiscais do Ministério da Agricultura receberam propina para reduzir a fiscalização sobre o comércio de carnes deterioradas. Marcas gerenciadas pela JBS e BRF, como Sadia, Perdigão e Seara, estão envolvidas.

Embora a PF alegue que as irregularidades são pontuais, “o dano à imagem do país já foi feito, o que pode levar tanto ao endurecimento das exigências para a importação de carne como suspensão temporária da compra do produto brasileiro”.

“Não será surpresa se algum país suspender as importações de carne brasileira. As empresas terão de adotar uma política de esclarecimento e serem bastante agressivas comercialmente”, disse José Augusto de Castro, presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil.

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No Valor

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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