Diogo Mainardi, da Globo, é citado por delator da Odebrecht

Achamos o trecho em que o executivo da Odebrecht cita o global (seu programa, Manhattan Conection, é da Globo e seu blog hoje se tornou o porta-voz oficial da Lava Jato, ou seja, é um blog oficial da Globo também) e ex-Veja Diogo Mainardi, um dos mais sanguinários justiceiros da Lava Jato. Sem prejulgamento, sem justiçamento como eles fazem: ouçam e dêem sua opinião. Se algum samaritano quiser transcrever a fala, seremos profundamente gratos.

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O Conversa Afiada publicou uma transcrição:

Mainardi e a Cingapura Connection

Roda, roda, roda e o Mineirinho se afoga em Furnas…

publicado 13/04/2017

O depoimento de Henrique Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato, tem uma série de implicações.

Em primeiro lugar, atinge Aécio Neves: de acordo com Valladares, o Mineirinho recebeu R$ 50 milhões da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. A grana teria sido embolsada numa conta secreta em Cingapura (porque os tucanos são contra a corrupção no Brasil), em nome do empresário Alexandre Accioly.

Accioly, aliás, é personagem de outro ponto do depoimento. Valladares cita que o empresário participou de um jantar no restaurante Gero, no Rio de Janeiro, com o próprio Aécio Neves e o jornalista (segundo as definições de Sergio Moro) Diogo Mainardi.

O Conversa Afiada transcreve literalmente o que disse Valladares a esse respeito:

“Eu tinha ido para aquele restaurante, Gero, com a minha esposa para jantar. E estava lá (sic) Aécio Neves sentado com Accioly (aquele que era dono da BodyTech), quem mais… o cara… que faz o Manhatann Connection… Diogo Mainardi. Diogo Mainardi. Estavam esses reunidos, na mesma mesa.”

Henrique Valladares falou, ainda, sobre uma reunião feita em 2008, quando o Mineirinho era governador (sic) de Minas Gerais.

“Na despedida, o governador Aécio Neves disse a mim: ‘Olha, Henrique, o Dimas Toledo, nosso amigo comum, vai lhe procurar’. Simplesmente isso. E se despediu de mim. E eu entrei no carro e o Marcelo disse que tinha acertado com o governador 50 milhões a serem pagos (…) 30 milhões por parte da Odebrecht e 20 milhões por parte da Andrade Gutierrez” (…) (Dimas) trazia para mim um pedaço de papel com indicação de nomes, empresas, com sede no exterior”.

Os R$ 30 milhões foram pagos pela Odebrecht, segundo Valladares, em diversos repasses mensais, sempre nessas contas de terceiros indicados por Dimas Toledo.

O Conversa Afiada não pode deixar de lembrar que Dimas Toledo era ninguém menos que o dono da chave do cofre de Furnas que servia para abastecer políticos.

O mesmo Dimas que jurava de pés juntos que a Lista de Furnas era falsa – com o sempre fiel auxílio do detrito sólido de maré baixa -, mas que foi desmascarado pelo lobista Nilton Monteiro.

Em tempo: quem mais levou grana da Lista de Furnas foi o Mineirinho. Lista de Furnas é aquela: o Dr Janot levou mais tempo para chegar a ela do que Moisés levou para atravessar o deserto.

Em tempo²: Mainardi é aquele que recebe depoimento na Lava Jato do Dr Moro em tempo real!

Em tempo³: é ou não é a República Federativa da Cloaca?

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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