Marcelo Bretas, o monstro que a Lava Jato pariu no Rio

Entrem no twitter de Marcelo Bretas, o responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

É estarrecedor.

O sujeito parece um empregado da Globo e do Antagonista. Retuita notícias desses veículos como se trabalhasse para eles.

Quem acompanha o papel que o Antagonista desempenhou no golpe de Estado, mediante financiamento de especuladores interessados em lucrar com a devastação econômica em curso, sabe muito bem o que significa chancelar este blog.

Além disso, é um messiânico, que cita a Bíblia muito mais do que qualquer autor jurídico ou mesmo a Constituição, e cuja frase que mais repete, é que “o Brasil mudou e continuará mudando”.

Bem, que mudou a gente sabe. Houve um golpe de Estado, o PIB caiu mais de 8% desde então. O desemprego explodiu. O governo iniciou um alucinante e indigno processo de destruição de direitos sociais, sem jamais promover nenhum tipo de debate com a sociedade. Saúde, educação, pesquisa foram abandonados.

Mas o Brasil “mudou e continuará mudando”…

Estes setores do sistema de justiça que apoiam a Lava Jato vivem num universo delirante, onde todos ganham 100 a 200 mil reais por mês, como eles, e onde qualquer acusação corresponde imediatamente à culpa e à prisão.

E, sobretudo, onde as notícias publicadas na Globo são sempre absolutamente verdadeiras.

Curiosamente, nem Dallagnol, nem Bretas, jamais retuitam nenhuma notícia que acuse a Globo de corrupção.

As preferências políticas de Bretas são visíveis. Ele gosta, por exemplo, de Rodrigo Maia, a quem reconhece, “boas atitudes”.

Embora, suponho eu, não hesitaria também em trancafiar Rodrigo Maia eternamente num presídio de segurança máxima, se assim a Globo o desejasse.

Bretas é, previsivelmente, um militante contra o foro especial para políticos. Mas para políticos apenas. Não para juízes. Estes devem continuar sendo especiais.

Bretas também entende, como tantos juízes, que o capítulo da Constituição que determina que um deputado, estadual ou federal, só pode ser preso por crime inafiaçável e, mesmo neste caso, mediante autorização do legislativo, não vale mais.

Para recordar aos juízes e aos leitores, esse trecho da lei figura no Artigo 53 da Constituição federal, parágrafo 2.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

Por fim, Bretas é realmente um juiz implacável, que despeja toda a sua fúria sobre réus já condenados, derrotados, humilhados, apenas porque estes o olharam nos olhos, segundo admitiu na mesma entrevista em que afirmou que a “Lava Jato é eterna”…

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.