Imprensa chapa-branca eleva nível de apoio ao governo Temer

Depois dessa, em que a imprensa chapa-branca noticia, com orgulho, que o próprio governo a chama de chapa-branca, vocês podem enfiar na cachola uma coisa: a grande imprensa é uma só.

É um bloco monolítico, único, indivisível.

Globo, Folha, Estadão, Veja, formam um monopólio ideológico. E apoiam “integralmente” o governo Temer.

A Globo é Temer.

A Globo nunca ganhou tanto dinheiro federal como agora, no governo Temer.

A Globo está reeditando o chapa-branquismo que protagonizou ao longo da ditadura militar. É sintomático que este chapa-branquismo reapareça, com força total, em período novamente considerado um regime de exceção, ou estado pós-democrático, e que, como antes, sucedeu um golpe de Estado.

O governo Temer tem menos de 3% de apoio popular. As reformas por ele defendidas são igualmente rejeitadas pela população, intelectuais, organizações de juventude, movimentos sociais, sindicatos e cientistas especializados.

Durante o governo Lula, a grande imprensa chamava os blogs de esquerda de “chapa-branca” porque estes tentavam quebrar a sua narrativa, de que tudo que vinha do governo era ruim.

Naquele tempo, porém, o governo – que tinha sido eleito, e isso é fundamental – tinha elevada aprovação popular, e adotava programas de inclusão social e educacional igualmente com alta aprovação. Era um governo que aumentava investimentos em pesquisa e infra-estrutura. Ou seja, era uma situação completamente oposta.

O que temos agora, é sempre bom reiterar, é um regime de exceção, que é sustentado pela violência judicial e policial, como temos visto nos ataques às universidades, na perseguição a Lula e na brutalidade, de forma geral, contra a população e contra classe política, e pelo apoio canino, às vezes explícito, às vezes disfarçado, mas sempre fiel, dos grandes meios de comunicação.

O governo, através de seus tentáculos nos aparelhos de repressão (judiciário, ministério público e polícia, alinhados ao governo e unidos contra o povo), controlam o povo fisicamente, enquanto a mídia exerce o controle simbólico, mental, psicológico.

A grande imprensa brasileira é a grande culpada pela situação que estamos vivendo, e será ela a principal responsável pelos conflitos que viveremos nas próximas décadas, com a aprovação de reformas que nos reposicionam, como país, em condição de colônia, que transformam trabalhadores em escravos, que extinguem a previdência, que aniquilam os serviços públicos.

Viveremos trinta anos de caos, o que obrigará os brasileiros a iniciarem uma espécie de guerra civil, já que todas as instituições parecem ter se unido contra a população.

E esta guerra civil será vencida pela população humilde no momento em que ela, forçada pelas circunstâncias, começar a se organizar.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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