“Ceia do Jucá”: Senador quer engordar Natal de peemedebistas comprando o partido – em “Convenção-relâmpago”

Por Romulus Maya para O Cafezinho

Com a falta de escrúpulos que tão bem o caracteriza, o Senador Romero Jucá – o (docinho de…) “Caju” de Temer – quer impor ao PMDB, na marra, um estatuto à imagem e semelhança da quadrilha que integra: em síntese, um “copiar + colar” da trágica “Ponte para o Futuro”. Certo da “justeza” de seus rico$ argumento$, direcionados ao convencimento de ávidos delegados, Jucá convocou, às pressas, uma tal “Convenção Extraordinária” para a próxima terça-feira, 19 de dezembro. Literalmente a dias do Natal!

Isso mesmo: numa afronta histórico-política, Jucá marcou para o Natal

– … o enterro do “MDB”!

O “ManDa Brasa” da luta contra a ditadura… o partido de Ulysses e Tancredo.

A cerimônia natalina (mas fúnebre…) a ser ministrada por Jucá, como não poderia deixar de ser, parirá

– … um natimorto político: um programa rejeitado por, “simplesmente”, 97% dos brasileiros! Sem qualquer chance de passar – algo “singelo” em política… – por um teste nas urnas!

Inabalado, do alto de seus rico$ argumento$, Jucá regozija-se na crença de que a (sua) “Convenção Extraordinária” será um passeio… uma Ceia de Natal avant l’heure – para si e para os seus.

No entanto…

Eis que, para a surpresa da gangue que usurpou o poder no Brasil, malgrado tantos anos de aviltamento pela convivência forçada com o “P” (de “prostíbulo”?), o “MDB” velho de guerra recusa-se a deixar-se matar: os diretórios municipais de Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre lançam mão, amanhã, da sua derradeira esperança: uma ação judicial visando a impugnar a convocação, “natalina”, para a tal “Ceia do Jucá”.

Aliás, por falar em Natal, Jucá não é “rei”, mas parece ser “mago”: à esta altura restam poucas dúvidas sobre se oferecerá como presente aos convencionados “incenso”, “mirra” ou… “ouro”! À diferença dos Reis Magos bíblicos, contudo, desta feita quem se prostrará em adoração (a Mamon?) serão os presenteados!

*

Quem bem resume a luta, quixotesca, de parte da História recente do Brasil contra o “demônio áurico” é o advogado (e amigo) Samuel Gomes, filiado ao partido. Irresignado, ele mesmo assina a petição dessa “fronda” sulista contra o “Cardeal Mazarin” de Roraima – bigodudo tal qual o original, vejam só!

Se ambos eram dados à “prodigalidade”, é certo – como fica patente diante da ilustração acima – que, ao menos, o Cardeal restava mais circunspecto. Ao menos em público, Senador! (#FicaDica)

Do alto da sua formação jurídica, Samuel conta que a “Ceia do Jucá” foi a resposta que o Senador encontrou para sucessivas derrotas judiciais, diante da sua tentativa de se apropriar de diretórios locais para, na sequência!, revende-los… e a quem pagar mais! Quer instituir, de fato, um próspero negócio de “franchi$ing político”! Justamente onde antes havia, gostem ou não os críticos, o partido com maior capilaridade no vasto território brasileiro.

*

Ao que nos conta o Samuel, então:

O Jucá (o “Caju” do Temer) quer um estatuto do PMDB para chamar de seu, o Estatuto do “Uma Ponte para o Futuro”.

Mas não será desta vez. Submeto ao teu atilado escrutínio (atilado escrutínio é pleonasmo?) uma ação judicial que os diretórios municipais do PMDB de Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, sob o meu patrocínio, protocolaram ontem para restringir o poder absoluto que o Jucá busca obter através de uma ilegítima Convenção Nacional Extraordinária do Partido convocada para esta terça-feira, 19 de dezembro.

O insaciável Jucá quer que o Estatuto da resistência democrática, do “Esperança e Mudança”, do Brasil continental, federativo, municipal, plural, generoso, soberano, o “Estatuto Ulisses Guimarães”, seja cremado numa estatuinte mandrake de uma Convenção ilegítima. Tudo isso para que, em seu lugar, emerja o “muderno” “Estatuto Eduardo Cunha” (!), do poder absoluto da Executiva, da “produtividade” (que o dicionário equipara semanticamente a lucro, renda, benefício, riqueza) eleitoral, da intervenção e dissolução de diretórios estaduais, municipais e até zonais (!) pela Executiva Nacional.

Jucá quer o Estatuto do “Uma Ponte para o futuro”, de um país docilmente servil ao comando estrangeiro, um país “celeiro do mundo” (e apenas isso), uma país-almoxarifado do capitalismo financeiro internacional. O Estatuto de um “partido-cartório”, disponível aos negócios, uma energizada “franchising” sob o (co-) mando desabrido do “espírito animal” e da livre iniciativa do (a-) celerado Romero “Caju”, Senador do ex-Território de Rio Branco.

Há um levante nacional de bases e líderes estaduais (e alguns nacionais) contra a conversão autoritária do Partido operada (opa!) por Jucá.

Para os não versados em direito terá interesse particular os itens VII (aplicação do princípio venire contra factum proprium) e VIII (“a lição e o alerta do martírio da seção pernambucana”).

Nesta segunda-feira o juiz decide a liminar.

O que está em jogo é o comando no PMDB. Assunto, gostem ou não, de interesse nacional, dado o peso da sigla na política brasileira em nível central. Peço a sua atenção e apoio na divulgação de mais esta empreitada em favor de um Brasil soberano.

Samuel Gomes
Advogado em Brasília
(17/12/2017)

*

Eis link para a íntegra da petição:

Petição Inicial Convençao PMDB_final.5_16.12.2017

Romulus Maya: Advogado internacionalista. 9 anos exilado do Brasil... conta na Suíça, sim, mas não numerada e (mais importante) sem numerário! Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
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