A prisão de Lula vai ajudar a enterrar o golpe

(Charge: Maringoni)

Por Pedro Breier, direto do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

O mês é março. O ano é 2015.

O Brasil vive o auge do movimento golpista, o qual consegue colocar milhões de manifestoches nas ruas do país para legitimar a derrubada do governo eleito. Sérgio Moro é um pop star e a Lava Jato é um sucesso de público.

Corta para abril de 2018.

Moro consuma mais uma etapa macabra do golpe e ordena a prisão de Lula. A conjuntura, todavia, é completamente diferente.

Lula é líder isolado em todas as pesquisas eleitorais, enquanto Moro ostenta 51% de rejeição da população, segundo a última pesquisa Ipsos.

O governo que emergiu do golpe é odiado pela população. O apoio à Lava Jato, por conseguinte, derrete.

Uma multidão – não só de petistas, mas de militantes democráticos – aglomera-se aqui no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula iniciou sua carreira política, para resistir, com Lula, à prisão injusta.

Obviamente, este não foi o plano traçado pelos artífices do golpe.

O processo de manipulação da opinião pública empreendido pela mídia hegemônica desmoronou muito mais rapidamente do que o consórcio golpista imaginava e desejava.

A prisão de Lula foi programada para ser a apoteose do golpe. Está se tornando o oposto: o ponto da virada, da insurgência, da resistência, da união dos militantes democráticos brasileiros contra o arbítrio.

Golpe na era da internet, da comunicação instantânea, é bem diferente de golpe em 1964.

A Globo sujou as mãos ao vivo, para quem quis ver. A incompatibilidade da empresa dos Marinho com o regime democrático salta aos olhos de milhões de pessoas.

O Judiciário perdeu qualquer resquício de respeitabilidade que tinha.

Assim que o campo democrático chegar ao poder, deverá investir pesadamente contra as práticas desses dois verdadeiros monumentos ao atraso, os quais sintetizam a vocação golpista e anti-povo da elite brasileira.

Ao perpetrarem tamanha violência contra o presidente mais popular da história, estão cavando sua própria cova.

Enterraremos esses filhotes da ditadura com gosto.

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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