Justiça igual? Prisão de Eduardo Azeredo (PSDB) esperou 126 meses. A de Lula, apenas 25

Por Bajonas Teixeira,

A decretação da prisão de Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Gerais, soa para a justiça brasileira como uma demonstração de equilíbrio, de isenção e de equanimidade. Nada mais distante da verdade. Depois de denunciado pelo Ministério Público, na longínqua data de 20 de novembro de  2007, tão distante que o Facebook mal era conhecido no Brasil, Eduardo Azeredo pode esperar sentado, andando e dormindo, de todo modo, sempre em liberdade, durante 126 meses até a sua prisão.

E, cá para nós, essa prisão teria sido decretada, mesmo depois desses 126 longos meses, se não fosse para justificar a prisão de Lula e a ‘isenção’ do nosso judiciário?

No Brasil, e nisso concordo com a justiça e com os procuradores, ninguém está acima ou abaixo da lei. Mas é porque o problema não é esse. O problema é estar muito perto ou muito distante do braço da lei. Ele é muito curto para uns e muito longo para outros. Como as duas pinças do caranguejo. Ou da lagosta, que combina mais com os bons vinhos e com os salários recheados de auxílios dos juízes. (Não é estranho que a miséria paga pelo Bolsa Família tenha encontrado tantas contestações raivosas, e esse grupo desamparado, de juízes, desembargadores e procuradores, dependa de tantos auxílios públicos sem que isso cause revolta?)

Lula, por exemplo, encontrou um braço da lei alongado, pronto para desferir golpes fulminantes, na velocidade desconcertante de um Evander Holyfield na melhor fase, capaz de reduzir qualquer adversário à lona e ao pó. Ele foi denunciado em março de 2016, e preso em abril de 2018. Foram 25 meses apenas.

E mais: Azeredo só foi condenado em primeira instância, à bagatela de 20 anos e 10 meses de prisão, em dezembro de 2015, ou seja, 8 anos após ser denunciado. Lula, o homem tratado com toda a isenção pela justiça brasileira, foi condenado em primeira instância, em julho de 2017, isto é, um ano e três meses após a denúncia, de março de 2016.

Provas? Aqui também a relação é a inversa. No caso de Eduardo Azeredo elas são abundantes como se pode ver na denúncia do ministério público. Já no caso de Lula, são absolutamente ridículas, a começar pela desproporção ciclópica de se apresentar como prova, para o “comandante máximo da organização criminosa”, um triplex ridículo.

Enfim, o que a justiça nos conta, com a decretação da prisão de Azeredo, é uma confissão das suas desigualdades gritantes. E não se precisa insistir em nada para que isso fique provado além de qualquer dúvida, basta considerar a diferença entre 126 meses, para a prisão de um, e a de 25, para o outro.

 

Bajonas Teixeira:
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