Estadão: PSB mais perto de Ciro

Encontro realizado em maio de 2011. Foto: H. Pradera/PSB

No Estadão

PSB mais perto de Ciro

O presidenciável convenceu parte da cúpula socialista de que o partido terá espaço de destaque caso ele se eleja

Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo

13 Junho 2018 | 03h00

O PSB está mais propenso a selar uma aliança com o PDT de Ciro Gomes que a ficar “solteiro” nas eleições nacionais, como agora defende a ala do partido mais próxima ao PT.

A costura feita por Ciro foi eficaz para incutir uma dose de autoestima no PSB, que ficara perdido diante do recuo de Joaquim Barbosa, aquele que foi sem nunca ter sido o presidenciável do partido.

Ciro convenceu parte da cúpula socialista de que o partido terá espaço de destaque caso ele se eleja. Assim “empoderados”, caciques pessebistas já dizem que sua sigla dará estatura política a Ciro, por ter mais governos de Estado que o PDT, por exemplo.

O PT, que começou falando grosso e exigindo um cheque em branco de aliança com o candidato que vai substituir Lula na cédula para retirar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco, já admite fazer um desconto caso o PSB apenas fique neutro na eleição nacional.

São essas hoje as únicas opções à mesa, e a decisão não deverá ficar só para a undécima hora. O PSB deve reunir a Executiva para bater o martelo ainda neste mês.

Os pessebistas sabem que, no momento em que Ciro, Geraldo Alckmin e o PT travam uma corrida de bastidores para consolidar alianças e reduzir a pulverização, os primeiros apoios contam mais e garantem aos aderentes boas condições de negociação. Inclusive a vaga de vice, pela qual os socialistas não escondem o interesse e que pode mesmo ir para Márcio Lacerda.

As declarações tanto de Ciro quanto de seu irmão, Cid, sobre a prioridade dada ao antigo partido de ambos faz parte desse “namoro” que pode mesmo acabar em casamento.

ATÉ A COPA?

Desistências podem vir antes do Mundial

O fôlego de algumas candidaturas de si mesmas parece estar se esvaindo. Guilherme Afif, que insiste em dizer que é pré-candidato embora seu partido, o PSD, não o reconheça como tal, deve ser chamado à realidade. O PRB de Flávio Rocha faz conversas abertas com o PSDB e o Podemos. Rodrigo Maia já não esconde que cansou de interpretar o pré-candidato e que quer ir cuidar de sua reeleição ao mandato e à presidência da Câmara. O MDB já não esconde o desejo de desistir de Henrique Meirelles. E o PCdoB só espera o nome do PT para decidir se vai com ele ou com Ciro Gomes. Os desfechos podem vir antes mesmo da Copa.

ISOLANDO TEMER

Potenciais apoiadores de Alckmin não querem MDB

Um dos empecilhos para que Geraldo Alckmin obtenha logo os apoios de que precisa é a súbita tentativa de aproximação do time de Michel Temer. Diante da constatação de que um candidato “puro-sangue” do governo tem pouquíssimas chances, soldados como Carlos Marun e Moreira Franco já tentam descolar uma cabine no navio de Alckmin. Isso pode afugentar outros passageiros em potencial, como DEM, PP e PRB, que veem no contágio com Temer uma peste capaz de inviabilizar de vez um presidenciável pelo qual já não têm muito entusiasmo.

VEM, PETISTA

Tucanos sonham com definição nome do PT

Já no PSDB a torcida é para que o PT defina logo o nome do substituto de Lula. A análise dos tucanos é que esse candidato, quando oficialmente indicado, vai desidratar os índices de Ciro Gomes e Marina Silva nas pesquisas, igualando as condições entre eles e Geraldo Alckmin e aliviando um pouco a pressão para que o tucano cresça.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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