Apareceu o voto útil da esquerda: Fernando Haddad

Foto: Federação Única dos Petroleiros

Eu tenho visto uma onda “Cirista” entre amigos e amigas, além das redes sociais, e penso que esse é um fenômeno interessante para petistas como eu: discutir com uma esquerda mais pragmática com boa inclinação para o centro.

Brindo aos amigos e amigas que aderiram o Ciro, acho que desse fenômeno pode nascer, inclusive, o Centro democrático que Cunha destruiu para dar o Golpe. Falo sério, de coração, que penso que nossa política amadureceu com esse movimento.

Todavia, participar ativamente da discussão eleitoral nos proporciona esses testes fogo e de coerência. Por exemplo, acho muito interessante agora falar sobre o voto útil na esquerda, assunto que Ciristas abordam há duas semanas fato que, convenhamos, é comum abordar dias antes da eleição.

Bom, estamos aqui há 2 dias do pleito e não consigo ver outra leitura do que apontar que o voto útil de esquerda vai pro Haddad.

Primeiro pois o “antipetismo” (aquele que Ciro tanto teme) também tem voto, também faz leitura de conjuntura e, portanto, pode migrar muito bem pro Bolsonaro.

Vamos convir que o voto útil de eleitor antipetista que está com Álvaro Dias, Amoêdo, Marina ou Alckmin não vai pro PT nem com a benção do papa.

Sendo assim, há um risco claro do Coiso levar essa parada no primeiro turno, já que apresentou quase 40% dos votos válidos do Datafolha que acabou de sair.

Em segundo lugar, pois Ciro está estagnado há três pesquisas Datafolha nos mesmos 11% (e desde o começo do mês passado se Ciro apenas oscila) e não esboça a menor reação mesmo depois que apontou a artilharia para o PT e fez ótimo debate na Record.

Ciro bateu mesmo num teto praticamente impossível de bater.

Sendo assim, Haddad como era de se esperar para quem acreditava na força de Lula, é o único contraponto que existe ao fascismo nas urnas [nas ruas somos todos nós e vamos ter que nos preparar].

Particularmente, credito o voto útil ao petista por duas razões destacáveis:

1) o antipetismo e o petismo são faces da mesma moeda (só existem na coexistência e por isso vão por segundo turno) e 2) [essa é uma aposta mais ousada e pretendo escrever melhor sobre isso] a sociedade não quer saber nada de Centro ou conciliação, quer saber mesmo de enfrentamento, seja para retirar direito a força (direita) seja para lutar por condições melhores (esquerda).

O voto útil chegou mesmo e, mais do que nunca, a derrota do fascismo passa pelo 13.

 

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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