Colômbia admite que Maduro não está para cair e pede mais 150 milhões para os EUA

Superado 20 dias da tentativa de golpe no último 23 de janeiro, o embaixador da Colômbia nos Estados Unidos admitiu algo que o Grupo de Lima ainda não havia verbalizado, Maduro não vai ser retirado imediatamente da presidência mesmo com o discursos e ameaças dos EUA e seus aliados.

Francisco Santos, embaixador da Colômbia, assegurou em diálogo com jornalistas da capital norte-americana que devemos dar tempo à estratégia diplomática na Venezuela. “Os resultados estão no plano diplomático”, disse ele.

Reclamando da migração venezuelana, sem citar os 6 milhões de colombianos que vivem no país de Simon Bolívar, explicou que a geração de custos é demasiadamente alta para para Colômbia e portanto precisa ser ajudada pelo americano do norte.

“Os venezuelanos têm gerado custos de saúde brutais, educação. Os municípios têm hoje uma carga gigantesca, por exemplo, ao hospital de Cucuta lhe devem 60 bilhões de pesos, apenas na atenção para os venezuelanos.”

Santos deixa vazar o mais importante, uma contradição a propensa vitória imediata divulgada por todos presidentes alinhados a política da Casa Branca na América do sul. Ele aponta que Maduro não está pra cair, e recorre à uma prática de governos colombianos que é exigir ajuda em dólares aos Estados Unidos para combater a produção de cocaína ou ameaçar os inimigos do governo estadunidense.

Ele explicou categoricamente aos jornalistas que está fazendo um trabalho com os congressistas dos Estados Unidos para conseguir os 150 milhões de dólares que o país precisa para enfrentar a crise.

“Um mês atrás, nos perguntavam se havíamos chegado ao ponto onde estamos hoje. Continuamos a tecer a rede diplomática, ainda estamos à procura de mais apoio, isso está apenas começando, está sendo construído diariamente e aqueles que acreditam que em um piscar de olhos o ditador Maduro vai sair, não vai ”

Completou ainda que defende as sanções, que na prática retira dos venezuelanos remédios e medicamentos. Santos deixa transparecer que a “ajuda” que seria humanitária não tem na verdade este objetivo. São recursos que somente tentam reforçar Juan Guaidó na sua auto-proclamação presidencial. É de difícil compreensão como dois caminhões de mantimentos podem superar os 150 milhões de dólares que a Colômbia pede apenas neste momento.

“Os EUA estão buscando recursos para Juan Guaidó, por isso a ajuda humanitária que vai da Colômbia e do Brasil aos venezuelanos que estão passando pelo momento mais difícil de sua história.”

Tulio Ribeiro: Túlio Ribeiro é graduado em Ciências econômicas pela UFBA,pós graduado em História Contemporânea pela IUPERJ,Mestre em História Social pela USS-RJ e doutorando em ¨Ciências para Desarrollo Estrategico¨ pela UBV de Caracas -Venezuela
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