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André Lara Resende: Neoliberalismo e macroeconomia

No canal da USP: Seminário Neoliberalismo e Macroeconomia Grupo de Estudos “Neoliberalismo, Subjetivação e Resistências” (IEA-USP) FFLCH/USP Apresentação: Dr. André Lara Resende Comentários: Profa. Dra. Simone Deos (IE-Unicamp) Recentemente, o debate econômico no Brasil foi sacudido por ideias oriundas de uma abordagem que, até então, pouca atenção havia despertado: a Modern Money Theory (MMT). Conhecida, […]

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No canal da USP:

Seminário Neoliberalismo e Macroeconomia

Grupo de Estudos “Neoliberalismo, Subjetivação e Resistências” (IEA-USP) FFLCH/USP

Apresentação: Dr. André Lara Resende
Comentários: Profa. Dra. Simone Deos (IE-Unicamp)

Recentemente, o debate econômico no Brasil foi sacudido por ideias oriundas de uma abordagem que, até então, pouca atenção havia despertado: a Modern Money Theory (MMT). Conhecida, até aquele momento, apenas por um pequeno conjunto de economistas acadêmicos, a MMT e suas proposições de política foram alçadas a um novo patamar no debate nacional a partir da publicação de quatros artigos escritos por André Lara Resende no jornal Valor Econômico, entre março e junho desse ano.

Neles o autor sustenta a tese, central na MMT, de que o governo não tem restrição financeira e que não pode “quebrar” em sua própria moeda, porque ele é o emissor soberano dessa moeda. A moeda não existe previamente ao gasto do governo, e o corolário disso é que
não é possível, a um governo, “ficar sem dinheiro”. Ao contrário, a moeda é um título de dívida criado quando o governo gasta, por meio de uma operação contábil, dívida essa que deixa de existir (ou seja, é resgatada) quando os impostos são pagos pelo governo. Essas ideias, evidentemente, despertaram muita celeuma, dado que são frontalmente contrárias ao core da macroeconomia neoliberal e seu corolário de política, amplamente esposado no Brasil, que vem preconizando uma redução ao máximo da participação do Estado na economia.

A MMT, que apenas recentemente foi trazida ao debate público no Brasil, há muito vem sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores heterodoxos, entre os quais destaca-se Randall Wray. Em âmbito internacional, há uma percepção crescente de que a teoria
macroeconômica está em crise, tanto pela insuficiência de seus diagnósticos –o caso mais gritante foi a total incapacidade de antever a chegada da crise de 2008 – quanto pela ineficácia das políticas que prescreve. No pós crise, toda a esperança foi depositada na política monetária. E ainda que essa tenha assumido formas inovadoras e ido ao limite, com as taxas de juros levadas a patamares mínimos, os efeitos sobre a economia mostraram-se insuficientes.

Foi nesse contexto de insatisfação crescente com o mainstream da economia que a MMT ultrapassou as fronteiras do underground acadêmico e foi parar nas páginas dos grandes jornais de notícias e opinião, bem como nas telas de computadores e smartphones, pois tornou-se um trend topic nas redes sociais. Contribuiu para isso, de forma decisiva, o fato de ter passado a orientar a análise econômica e as propostas de política de representantes importantes da ala esquerda do Partido Democrata nos
Estados Unidos, bem como a própria atuação de seus formuladores não só na academia e em seus tradicionais veículos de divulgação científica, mas também na blogosfera.

Tendo isso em perspectiva, nosso objetivo nesse seminário é discutir questões no campo da economia e da política suscitadas pela MMT, buscando explorar o papel do neoliberalismo enquanto uma “nova razão do mundo” na formulação e disseminação, em larga escala, de um pensamento econômico que tem levado a um perigoso limite as sociedades e as democracias liberais.

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Comentários

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Karla

12/08/2019 - 14h21

Lara Resende está deixando os economistas tucanos e frentistas do Posto Ipiranga de cabelos em pé!
Confessa de pés juntos que a política monetária desde o Plano Real provocou a taxa média de crescimento econômico medíocre e fez explodir a dívida pública. Reconhece que o déficit público tem tudo a ver com os juros e nada que ver com a Previdência, cujos encargos estimulam o consumo e garantem a demanda agregada.

Lib.

12/08/2019 - 05h13

Texto mal fundado… O governo realmente nao pode quebrar, quem quebra é o povo quando a moeda nao é estavel e o governo tem que imprimir e mudar as regras de sua moeda toda hora para pagar suas próprias dividas. Nao é o Estado que define o poder de compra do dinheiro e sim o que é produzido com ele.
Resumindo, a ideia funcionaria em um pais isolado ultra-nacionalista com auto nivel de controle social, mas em uma economia globalizada livre MMT = inflacao, hiperimpostos e subempregos

Paulo

11/08/2019 - 14h26

Esses economistas são prestidigitadores. E perigosos. São os “Rasputins” modernos. É preciso contê-los! Vejam o caso do Chicago-Boy, pra onde está nos conduzindo!


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