Desafio Kim/MBL: que tal um plebiscito para privatizar empresas?

Foto: Print do twitter @kimpkat

O Deputado Federal do DEM-SP, Kim Kataguiri, é relator de um projeto de lei, aprovado na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara, que prevê plebiscito sobre a realização de grandes eventos esportivos no Brasil.

No twitter, o deputado comemorou a decisão:

Vejam que Kim, de alguma maneira (espero estar interpretando certo) estabelece que perguntar a população sobre uma “gastança” é bom! Olha preciso confessar que eu concordo com ele.

Agora, meu posicionamento de esquerda sempre me fez ser simpático a consulta populares, por que alguém de direita proporia isso?

Bem, para tentar entender a cabeça do deputado, e do movimento que ele coordena (MBL), espero que ele responda esse simples cidadão: qual a posição dele sobre um plebiscito para privatizar empresas nacionais?

Quando eu vejo os valores somados na foto que o deputado compartilhou, aproximadamente R$ 3,2 bilhões de reais, entendo que esse é um valor considerável para o emebelista.

Então, por coincidência, esse mesmo valor foi o lucro da BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobrás, no ano de 2018. A empresa pertencia a povo brasileiro até outro dia, com a União acionista majoritária. O que você pensa de uma venda desse montante sem a consulta dos representados da União (o povo)?.

Vale lembrar que plebiscito custa dinheiro público (pode chegar no valor de um estádio de futebol). Além do mais, O Brasil acabou de receber uma Olimpíada e uma Copa do Mundo, ou seja, um próximo evento esportivo grande tá longe.

Não consigo achar vantagem a gente discutir gastar algo que pode custar até 500 milhões para definir ou não eventos que sequer estão no horizonte.

Já a nossa estatal de petróleo está em pauta cotidianamente: com o dinheiro que o Estado recuperou do suposto desvio que a Lava Jato cometeu na Petrobrás, a empresa salvou as bolsas de pós graduação da CNPQ e reforçou muito (mais caro que um estádio de futebol) o combate ao desmatamento Amazônia.

A Geopolítica do petróleo aponta para um cenário incerto e o Governo está evitando um novo colapso social (acho que ninguém duvida da crise dos combustíveis) que pode ser uma infecção generalizada para uma economia que respira por aparelhos.

E aí: bora perguntar para a população se ela concorda em abrir mão de lucros bilionários?

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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