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IBGE: quase 90% dos novos empregos são informais

Informalidade chega a mais de 41,4% da população ocupada. O percentual, no entanto, não está excessivamente acima da média dos últimos anos, quando oscilou entre 39% e 40%. *** Desemprego cai para 11,8% com informalidade atingindo maior nível da série histórica Editoria: Estatísticas Sociais | Pedro Renaux 27/09/2019 09h00 | Atualizado em 27/09/2019 11h04 Dos […]

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Informalidade chega a mais de 41,4% da população ocupada. O percentual, no entanto, não está excessivamente acima da média dos últimos anos, quando oscilou entre 39% e 40%.

***

Desemprego cai para 11,8% com informalidade atingindo maior nível da série histórica

Editoria: Estatísticas Sociais | Pedro Renaux

27/09/2019 09h00 | Atualizado em 27/09/2019 11h04
Dos 684 mil novos ocupados, 87,1% estão no mercado de trabalho informal

Agência IBGE — A taxa de desocupação do país caiu novamente e ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, após ficar em 12,3% no trimestre finalizado em maio. Mesmo assim, o país ainda tem 12,6 milhões de pessoas em busca de trabalho. A queda no desemprego foi puxada pela entrada de 684 mil trabalhadores no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012.

No entanto, esse aumento na quantidade de pessoas trabalhando foi acompanhado por recordes nos níveis de informalidade. De acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo IBGE, 41,4% da população ocupada se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser produzido. Dos 684 mil novos ocupados, 87,1% entraram no mercado de trabalho pela via informal.

Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).

Os empregados sem carteira assinada totalizaram 11,8 milhões de pessoas e os por conta própria somaram 24,3 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em agosto, os maiores contingentes da série histórica, iniciada em 2012.

A pesquisa mostrou também que apenas 62,4% da população ocupada contribuiu para a previdência oficial no trimestre encerrado em agosto. “Há um movimento de queda desde o início do ano”, disse a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.

Segundo o diretor adjunto de Pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, nesta época do ano a expectativa é de aumento expressivo da população ocupada, com impacto na massa de rendimento, que está estável em seu patamar mais alto, de R$ 209,9 bilhões. Já o rendimento médio ficou em R$ 2.298, também com estabilidade.

“Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, explicou Cimar.

Entre os setores, a ocupação cresceu em relação ao trimestre anterior na indústria (2,3%, ou mais 272 mil pessoas) e na construção (2,8%, ou mais 181 mil pessoas). Na construção, foi o primeiro aumento significativo após sete trimestres, enquanto a indústria cresceu pelo segundo trimestre consecutivo, acumulando 545 mil novos postos de trabalho nesse período.

“No caso da construção, é um grupamento que sofreu muito com a crise. Essas obras paradas demitiram muitos trabalhadores de ‘chão de fábrica’. A gente precisa aguardar mais edições da pesquisa para entender se isso sinaliza uma recuperação”, avaliou Cimar.

Número de desalentados tem primeira queda em pouco mais de cinco anos

A taxa de subutilização caiu para 24,3%, puxada pelo aumento da ocupação e pela queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões que desistiram de procurar trabalho. É o primeiro recuo significativo de desalentados em pouco mais de cinco anos, desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2014.

Já o número de subocupados por insuficiência de horas, aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, está em 7,2 milhões de pessoas. Apesar de representar estabilidade em relação ao trimestre anterior, é o maior contingente desde 2012.

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Paulo

27/09/2019 - 16h28

A informalidade e a precarização de postos de trabalho, mesmo entre os trabalhadores formalizados, é uma preocupação crescente. Mas há algo errado nesses números do IBGE. Se dos “684 mil novos ocupados, 87,1% entraram no mercado de trabalho pela via informal”, no trimestre que terminou em agosto, como explicar mais de 120 mil postos de trabalhos formais, de saldo, somente em agosto p/p, segundo o CAGED?

    Wellington

    27/09/2019 - 17h55

    Se são informais como conseguem estimar…?
    Traficantes de droga também são trabalhadores informais…?
    O IBGE não sabe nem quantos habitantes tem o Brasil.

    Os que valem são os oficiais do Caged.

      Paulo

      27/09/2019 - 22h19

      Sim, os nºs do CAGED são precisos, indiscutíveis, pois partem de informação do próprio empregador, a isso compelido por lei (e pensar que alguns estúpidos desse novo Governo quase sepultaram esse mecanismo de aferição precioso, para o diagnóstico do mercado de trabalho e a formação de políticas públicas, juntamente com a extinção do Ministério do Trabalho). Mas eles revelam apenas dados do mercado formal. Por isso, o IBGE busca estimar os dados do mercado informal. Mas as últimas disparidades entre ambos os métodos de aferição revelam que algo precisa ser melhor explicado…no IBGE.

    Alan C

    27/09/2019 - 18h35

    A bozolândia colocou uma presidenta biônica no IBGE em fevereiro, logo não pode funcionar nada lá mesmo.

      Paulo

      27/09/2019 - 22h22

      Sim, estão fazendo nomeações políticas em vários Órgãos Federais, para garantir os interesses de Bolsonaro (que cada vez mais se revela um déspota e um hipócrita). Mas o mais surpreendente, nesse caso, é que os dados do IBGE depõem contra o próprio Governo…

Alan C

27/09/2019 - 14h38

90% dos novos empregos são informais??

Mas que grande novidade!…..


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