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Juro do cheque especial continua aumentando

Em audiência para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, apresentou números sobre o endividamento dos brasileiros que mostram o cruel assalto promovido pelo sistema financeiro contra a renda popular. Prestem atenção nos gráficos abaixo. No gráfico acima, vemos o custo do crédito no Brasil. As quedas […]

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Em audiência para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, apresentou números sobre o endividamento dos brasileiros que mostram o cruel assalto promovido pelo sistema financeiro contra a renda popular.

Prestem atenção nos gráficos abaixo.

No gráfico acima, vemos o custo do crédito no Brasil. As quedas apresentadas, em relação a setembro de 2016, são uma manobra política um tanto tendenciosa de Roberto Campos, porque ele faz a comparação com o pior período da crise econômica brasileira. Na realidade, se o gráfico se alongar por mais tempo, constata-se que houve apenas uma recuperação modesta em relação aos últimos meses. A taxa de juros do cheque especial, no entanto, conforme se pode conferir num dos gráficos abaixo, ainda se encontra muito acima da média dos últimos anos.

Numa média móvel de 12 meses, os juros do cheque especial para pessoa física continuam subindo, o que significa um assalto ainda mais escandaloso à economia popular, porque os bancos obtêm recursos a crédito barato, perto do nível da Selic, hoje em 5%, e cobram ao consumidor uma taxa até sessenta vezes maior, ou mais de 300% para o cheque especial e o cartão de crédito rotativo.

Na média móvel de 12 meses, o juro do cheque especial para pessoa física ficou em 314,54% ao ano, contra 314,02% no mês anterior e 310,72% em janeiro.

Considerando apenas o valor linear, ou seja, o valor cobrado hoje, os juros do cheque especial para pessoa física também subiram, de 306,86% em agosto para 307,58% em setembro.

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Os gráficos acima mostram que, se é justo criticar os governos petistas pela falta de competência em baixar os juros finais cobrados ao consumidor, a níveis compatíveis com o que é praticado no resto do mundo, o governo Bolsonaro não tem o que comemorar, porque os juros de hoje ainda estão muito acima da média praticada ao longo das últimas administrações federais.

Um outro gráfico  apresentado por Campos traz uma comparação entre alguns indicadores de crédito do Brasil com a média de outros países emergentes.

O spread bancário no Brasil é de 18,4% ao ano, contra 3,8% na média dos emergentes.

Os emergentes usados pelo BC para fazer essa média são Chile, China, Colômbia, Indonésia, México, Rússia, África do Sul e Tailândia. Ou seja, na sua maioria são países que vivem tantos problemas econômicos como os nossos, e mesmo assim seus bancos cobram quase um quinto do spread arrancado ao povo brasileiro.

Se a comparação fosse feita com países desenvolvidos, seria ainda mais humilhante para o Brasil.

E quem são os brasileiros que mais sofrem com o roubo promovido pelos bancos?

Ainda na apresentação de Roberto Campos, ele mostra que 44% dos usuários de cheque especial tem renda inferior a 2 salários.

Nessa mesma faixa de brasileiros com renda até 2 salários, segundo a mesma tabela, os 10% mais endividados comprometem 21% de sua renda.

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