Sidney Rezende: “Agora é pra valer: Benedita será vice de Freixo”

Os deputados federais Marcelo Freixo e Benedita da Silva. Lula no meio. (Foto sem crédito ainda: Ricardo Stuckert?)

A primeira coisa que nos vem à mente, diante da notícia veiculada na coluna de Sidney Rezende, no Dia, é aquela frase de Magalhães Pinto, de que política é como nuvem. Cai como luva na situação, em vários sentidos. Primeiro: há alguns anos, nunca se imaginaria aliança entre PT e PSOL no Rio de Janeiro. Ambos eram adversários sangrentos. Segundo: essa decisão apenas estará confirmada na hora de protocolar a chapa. 

De qualquer forma, apenas o anúncio, que vem sendo feito há tempos, ajuda a cimentar a aliança entre PT e PSOL a nível nacional. 

É uma aliança que traz vantagens e custos para ambas as legendas.

Para o PSOL, o custo é de herdar o antipetismo, em especial na classe média, onde o partido consolidou a massa crítica de seu eleitorado; a vantagem, por outro lado, é de obter o apoio de Lula e exatamente romper esses limites, do voto da classe média, conquistando o voto de baixa renda, que é o voto que decide eleição.

Se as alianças entre PSOL e PT fossem no Nordeste, seria um trunfo maior para o PSOL. No Rio de Janeiro, onde o petismo jogou um papel muito forte em 2018, é preciso aguardar para ver. 

Para o PT, a estratégia ainda é a mesma que levou à escolha de Marcia Tiburi como candidata ao governo do estado em 2018: reconstruir a imagem do PT na classe média “ilustrada”; o custo é herdar a rejeição ao identitarismo e ao radicalismo ideológico, rejeição que hoje também virou um problema político. O PT procurou construir para si a imagem de uma esquerda moderada, disposta a alianças, o que lhe fez conquistar um naco importante do centro político. Hoje, os objetivos do PT parecem ser outros: reconstituir-se como principal partido de oposição e maior partido do campo da esquerda, buscando uma “hegemonia consentida”, ou seja, usando o seu tamanho e ao mesmo tempo sem fazer desse tamanho um incômodo para alguns aliados estratégicos, como o PSOL. 

No Dia

Benedita da Silva será a candidata à vice de Freixo
Agora é para valer
Por Sidney Rezende

Publicado às 06h00 de 25/02/2020 – Atualizado às 06h00 de 25/02/2020

Os deputados federais Marcelo Freixo e Benedita da Silva. – Ricardo Stuckert
Depois de muitas idas e vindas, duas chapas, de duas cidades (Rio e Maricá), definiram os nomes que ocuparão o posto de vice na eleição deste ano. A deputada federal Benedita da Silva (PT) será a vice de Marcelo Freixo (PSOL). Tida como nome certo no ano passado, ela foi rejeitada, pois o PSOL e o PT esperavam trazer o PDT para a aliança.

Como o presidente Carlos Lupi (PDT) não abriu mão de Martha Rocha na cabeça da chapa, a ideia azedou.

No início deste ano, o PT nacional pressionou em favor do nome de Bené, a indicação foi rejeitada novamente, sob o argumento que o nome dela poderá ser alvo de opositores, mas a ideia voltou a ganhar corpo antes do Carnaval e o martelo foi batido: a ex-governadora será mesmo o nome que comporá a chapa chamada “união das esquerdas”.

A chapa não é unanimidade. Para o vereador psolista Renato Cinco, “a aliança com os petistas deixa o PSOL sem ter o que falar, pois o principal adversário, o Eduardo Paes, corresponsável pela crise da cidade, governou em aliança bastante festejada e comentada com o PT

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