A fraude e a fuga de Abraham Weintraub

Foto: Reprodução redes sociais

O subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Furtado afirmou ao Estadão que a retificação da data de exoneração do ex-ministro Abraham Weintraub, nesta terça-feira, 23, confirma que houve fraude no processo.

“Antes, era ilegal e parecia haver fraude. Agora, confirmou”, disse Furtado ao programa do Estadão, Broadcast Político.

O subprocurador requisitou ontem que a Corte de Contas avalie se houve participação do Itamaraty na ida de Weintraub para os Estados Unidos.

Weintraub teria fugido para os EUA na sexta-feira, mas sua exoneração só foi publicada no sábado.

Na avaliação do sub-procurador, pode ter havido desvio de finalidade por parte da pasta das Relações Exteriores, comandada por Ernesto Araújo, já que o ingresso de Weintraub em Miami, sem caráter oficial, só ocorreu graças ao passaporte diplomático.

Na representação, o sub-procurador ressalta que a viagem não detinha nenhum caráter oficial, “o que lhe retira a finalidade pública” e, por isso, o passaporte diplomático não poderia ter sido utilizado como justificativa para o então ministro ingressar no País.

Os EUA impuseram restrições de entrada e saída por causa da pandemia do novo coronavírus.

Essa condição de ministro, portanto, foi fundamental para o desembarque de Weintraub naquele país.

Assim como Weintraub, Araújo integra a chamada ala ideológica do governo. O Itamaraty foi procurado, mas ainda não respondeu à reportagem.

Na representação, Lucas Furtado também pede que o TCU investigue se houve gasto de dinheiro público com a viagem do ministro.

“Se houve o emprego de valores públicos em qualquer fase desta viagem, esses recursos foram indevidamente empregados e deverão ser ressarcidos ao erário”, destaca o sub-procurador.

As assessorias da Casa Civil e da Secretaria Geral da Presidência não quiseram comentar, e a da Defesa pediu “mais tempo” para responder.

A assessoria do MEC, por sua vez, garante que o ministro saiu do País em avião de carreira e pagou as despesas do próprio bolso, mas não apresentou documentos.

A suspeita de que Weintraub deixou o País para fugir de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) dos quais é alvo partiu dele próprio e de seus interlocutores.

Logo após anunciar que deixaria o ministério, Weintraub afirmou, em rede social, que pretendia sair do Brasil “o mais rápido possível”.

Em entrevista para a CNN, ele disse que corria o risco de ser preso.

Apoiadores dele chegaram a relacionar a vaga no Banco Mundial para a qual foi indicado a uma forma do presidente Jair Bolsonaro tirá-lo do Brasil.

Redação:
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