Auxílio emergencial tira 5,6 milhões de crianças da miséria

Foto: Reuters.

Segundo levantamento de dados feito pelo Valor, o auxílio emergencial de R$ 600 distribuído pelo governo a partir de abril evitou que 5,6 milhões de crianças (zero a 13 anos) passassem para debaixo da linha de extrema pobreza no Brasil durante a pandemia.

O levantamento é feito com base em dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.

Estima-se, pelos dados levantados, que 2,27 milhões de crianças estavam abaixo da linha de extrema pobreza em maio, ou seja, viviam com menos de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia — o cálculo soma todas as rendas da família, inclusive do auxílio, e divide pelo número de moradores.

Fonte: Ibre/FGV/IBGE. Gráfico: Valor Econômico.

Se retirado o auxílio emergencial da renda dessas famílias, o total de crianças abaixo da linha de extrema pobreza subiria para 7,9 milhões em maio, cálculo que já assume que essas famílias continuaram recebendo o benefício Bolsa Família. Nesse cenário, essa miséria monetária seria de 19,4% do total, em vez dos atuais 5,5% calculados com o auxílio.

O auxílio emergencial contribuiu para evitar o aumento da miséria não apenas entre crianças, mas da população em geral. Seus efeitos foram proporcionalmente maiores, porém, entre as famílias com crianças. Nos cálculos do Ibre/FGV, a parcela extremamente pobre da população total estaria em 13,3% sem o auxílio, em vez dos 4,2% estimados para maio.

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