Gabriel Barbosa: Apesar do Centrão, Bolsonaro inicia sua fase de colapso eleitoral

Foto: Sérgio Lima

A pesquisa divulgada pelo Datafolha na noite desta quarta-feira, 12, reforça a tendência de queda e a tese de que tenho desenvolvido nos meus humildes artigos sobre a possibilidade considerável de Jair Bolsonaro não chegar ao 2° turno de 2022.

Mas antes de falar da situação política do inquilino indesejável da casa de vidro, gostaria de destacar a força eleitoral do ex-presidente Lula (PT) que apareceu na pesquisa com 41% das intenções de voto no 1° turno.

Fonte: Datafolha

Em conversas reservadas tanto com lideranças da situação quanto da oposição, o posicionamento a preço de hoje é unânime: haverá polarização.

No entanto, é prematuro chancelar esse cenário como dado para 2022. Não existe polarização carimbada quando o atual presidente da República registra índices baixos de intenção de voto e aparece 18 pontos atrás do principal adversário.

O registro de 23% faz com que Bolsonaro volte ao estágio de um pré-candidato e não de quem está com a máquina nas mãos em busca da reeleição e como todo pré-candidato as chances de ficar para trás é grande em comparação com líderes já consolidados no xadrez eleitoral.

Ao mesmo tempo que chamo atenção para essa situação crítica de Bolsonaro, também não vou me dar o direito de afirmar que Lula ganhará no 1° turno, pois isso no Brasil é quase impossível.

A erosão de Bolsonaro nos grandes centros urbanos, zonas rurais onde é mais nítido a pobreza e a extrema pobreza e nos setores de classe média ficará mais evidente nos próximos meses e a partir do segundo semestre novos cenários devem surgir.

No curto prazo, o efeito principal desse enfraquecimento de Bolsonaro é o aumento da presença do Centrão no governo. Em breve, começaremos a ver o grupo exigir mais cargos de primeiro e segundo escalão que atualmente também é ocupado por militares.

Já no que diz respeito a Ministérios, haverá discussão sobre recriação de algumas pastas extintas no início de 2019. O tal do orçamento paralelo ainda não será suficiente e Bolsonaro não colherá ganho eleitoral distribuindo verbas. Sobre isso, os únicos beneficiados politicamente serão os próprios deputados e senadores junto as suas bases.

Concluindo, a vacinação pífia, economia degolada, desemprego recorde, aumento da violência, terceira onda da pandemia e o desgaste causado pela CPI que deve ir além dos 90 dias iniciais, vão acelerar a erosão de Bolsonaro que será lembrado como um pesadelo que durou 4 anos.

Gabriel Barbosa: Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb
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