Emails confirmam negociação do Governo Bolsonaro com empresa que denunciou corrupção

Até a semana passada, Jair Bolsonaro dizia que o seu governo não era um chamariz de corrupção e que não “vai ter golpe”, se referindo aos mais de 100 pedidos de impeachment entulhados na gaveta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que até o momento tem mostrado resistência sobre o assunto.

Contudo, emails confirmam a denúncia do empresário que representa a Davati Medical Supply, de que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, teria cobrado propina de US$ 1 por dose para que o Ministério da Saúde fechasse contrato para adquirir cerca de 400 milhões de doses da AstraZeneca. A proposta inicial foi de US$ 3,5 por dose. Porém, depois a oferta saltou para US$ 15,5.

De acordo com a Folha, as tratativas nos emails foram trocadas entre o próprio Dias, o CEO da Davati, Herman Cardenas, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador da empresa.

Na troca de mensagens, o CEO da Davati fala sobre a oferta de 400 milhões de doses da Astrazeneca e cita o seu representante no Brasil, o empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira. “Fico no aguardo para ajudar a obter vacinas para seu país”, escreve.

Outra email confirma as denúncias de Dominguetti. Na noite de ontem, 29, ele afirmou sobre uma agenda oficial que foi marcada na tarde do dia 26 de fevereiro no Ministério da Saúde com o diretor de Logística da pasta para falar sobre a compra. A mensagem foi enviada pelo departamento de Logística às 10h50, minutos depois do primeiro contato.

“Este ministério manifesta total interesse na aquisição das vacinas desde que atendidos todos os requisitos exigidos. Para tanto, gostaríamos de verificar a possibilidade de agendar uma reunião hoje às 15h, no Departamento de Logística em Saúde”.

Confira os emails na íntegra!

Cláudia Beatriz:
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