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Em artigo, Ciro diz que antecipação de 2022 desmobiliza protestos contra Bolsonaro

Por Ciro Gomes em Carta Capital Estive em 12 de setembro na manifestação convocada pelo MBL, na Avenida Paulista, pelo impeachment de Bolsonaro. O que vi lá foi uma vibração imensa de militantes das mais diversas correntes ideológicas. Todos unidos pelo direito de discordarem livremente, de defenderem suas próprias ideias em ambiente saudável de disputa democrática. Vi ser […]

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Por Ciro Gomes em Carta Capital

Estive em 12 de setembro na manifestação convocada pelo MBL, na Avenida Paulista, pelo impeachment de Bolsonaro. O que vi lá foi uma vibração imensa de militantes das mais diversas correntes ideológicas. Todos unidos pelo direito de discordarem livremente, de defenderem suas próprias ideias em ambiente saudável de disputa democrática.

Vi ser levantada a mais poderosa das espadas da democracia, a união de diferentes correntes políticas contra a ditadura. A participação popular, no entanto, foi pequena, assim como foi pequena a adesão aos protestos que o PT convocou para disputar contra Bolsonaro em 7 de setembro.

Disso, acredito que todos nós podemos extrair importantes lições.

A antecipação da disputa eleitoral de 2022 está desmobilizando os protestos contra o governo. Protestos chamados pelo PT são vistos por oponentes como protestos a favor da candidatura Lula e o convocado pelo MBL foi visto como contrário a ela. O PT reclamou que, antes de abrir a todos a manifestação, o MBL tinha usado o mote “Nem Lula, nem Bolsonaro”. Mas esse slogan tinha sido proibido desde o dia 7 pelos organizadores do evento.

Da mesma forma, 40% dos presentes nos protestos do dia 12 disseram que não participariam de nenhum ato que contasse com a presença do PT. Da última vez que participaram, militantes do PSDB foram agredidos e tiveram suas bandeiras queimadas. As feridas no Brasil ainda estão muito abertas.

Temos que decidir se queremos esgarçá-las ou tratá-las e olhar para o futuro. A verdade é que a polarização em curso no País está turvando a visão dos democratas para o perigo do momento. Não que haja perigo real de Bolsonaro ser bem-sucedido num golpe de Estado, mas o perigo concreto e em curso é a erosão da nossa democracia.

Para uma nação que impediu um presidente por ter suas contas pessoais pagas por seu ex-tesoureiro e sua primeira presidente mulher por “pedaladas fiscais”, não impedir, a que tempo for, a que custo for, o presidente mais criminoso de todos os tempos, que atenta contra as instituições toda semana e coleciona mais crimes que Al Capone, é um desastre que desmoralizará nossa Constituição e o instituto do impeachment, incentivando futuros candidatos a tiranos.

Não adianta a nossa elite empresarial e jornalística fazer a décima terceira aposta na “moderação”, pensando que isso traria menos prejuízos econômicos. Não se trata mais sequer das pautas de destruição do Estado a que nos opomos. Bolsonaro não conseguirá mais impor essas agendas.

O problema, agora, é muito mais prosaico, nossa imagem no exterior está no chão, estamos destruindo nossas relações internacionais e, em breve, vamos sofrer todo tipo de prejuízo e até mesmo embargos em setores fundamentais da nossa economia. Quem espera ainda que Paulo Guedes possa entregar qualquer coisa, está na hora de desistir.

Como dizia Einstein, a definição de insanidade é continuar fazendo as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. O Brasil tem de se unir para salvar a sua democracia e o respeito à Constituição. A pauta para novos protestos não pode ser anti ou pró-candidatura alguma em 2022, não pode ser contra ou a favor de privatizações, contra ou a favor de pautas culturais.

A pauta é única: defender o direito de ser contra ou a favor de qualquer ideia, de expressar isso, e, portanto, da necessidade de impedir o criminoso traidor candidato a tiranete que está no poder.

Para isso, devemos assumir riscos e contradições para defender o povo brasileiro, todos aqueles que, como eu, estiverem vacinados, de máscara, nas ruas, devemos ampliar politicamente e superar atritos menores do passado. Tive imensos embates com o MBL. Eles me trataram com muita incorreção, inclusive espalhando que eu defendia “impressão de dinheiro” para resolver o problema do orçamento. Eu também os tratei eventualmente, confesso, com rispidez exagerada.

Mas assumi meu risco e posso dizer que senti um carinho enorme na Avenida Paulista. Nossas diferenças, ali, foram momentaneamente superadas em nome da defesa da democracia. Para isso, estou também disposto a momentaneamente superar minhas diferenças com o PT, como estamos fazendo ao organizar atos em conjunto. Precisamos organizar os próximos atos com todos, e a todos que quiserem defender a nossa democracia, respeitar e acolher.

Ainda há tempo para o PT amadurecer essa posição. Quem for democrata tem de entender que o impeachment é a única saída. A oposição soma perto de 120 deputados em 513 e precisamos de 305 para o impeachment. Assim, quem verdadeiramente for a favor, tem de colaborar para que um acordo com a direita e o centro democrático aconteça. Acima de tudo, precisamos nos reconciliar com o povo brasileiro e com a nossa Constituição.

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Comentários

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Francisco*

27/09/2021 - 12h57

“Quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer situação, atentem:
Se a Rede Globo for a favor somos contra. Se for contra, somos a favor” (Leonel Brizola)

Com a palavra Ciro, que participou ontem como pretenso candidato a candidato da classe dominante, de mais um escancarado e pegajoso engodo político armado pela ‘Globo Marinho News’, agora sem mais o então intocável marreco e aqueles canos enferrujados jorrando ininterruptamente corrupção no JN, para impedir Lula de ser candidato em 18, portanto em desesperada tentativa de conseguir vender agora ao distinto publico a ‘nouvelle vague’ do ‘Terceira Via’, visando impedir que Lula vença a eleição de 22, sem dar-se conta, talvez pelo ego a impedi-lo, que jamais será o candidato escolhido para representa-los (por questões mais que óbvias), mas sim para servi-los como bucha de canhão até mandar-se para Paris, logo após finda a primeira semana de outubro de 22.

JOHN JAHNES

27/09/2021 - 11h35

Meu cachorrinho diria a mesma coisa que o Ciro sobre esse mini manifestação das forças democráticas da direita. Ele parece um bebezinho da política querendo a mamadeira de qualquer jeito. Que forças democráticas ele conseguiu ver nesse lixo que colocou o nazifascista bolsonaro no poder?
Ciro, 6% de votos para você hoje, é um presente dos deuses. Faça um favor a você mesmo, cai fora dessa mutreta e pare de vociferar idiotices. Você apoiou o Mineirinho ao invés de apoiar o PT. Você nunca foi da esquerda. Você é doente, tem a doença de Húbris, aquela que o cara só quer ter o poder pelo poder, VÁ SE TRATAR ANTES QUE PIORE. E AÍ R.I.P.

ARY BOREL DE AGUIAR NETO

27/09/2021 - 10h57

Protesto contra o bozo é só sair na rua que a gente vê kkkkkkk

Walter

27/09/2021 - 09h47

Só porque o Lula disse que vai participar não presta.
Tudo Terceira Via !

PS: De que adianta terceira via se ela defende a mesmíssima política de Bolsonaro, econômica e social (se é que existe isso pra eles).

Patrice L

27/09/2021 - 09h25

Noves fora, espremendo tudo, sumo e bagaço cirocêntricos. Legisla em causa própria, se guia exclusivamente pelas conveniências, não vê mais do que o próprio umbigo. O que ele chamava de anões morais agora viraram gigantes morais. Candidato, equivocadamente tido como de esquerda, sem povo. Seu vídeo na favela não deve em nada à favela cenográfica do Serra em campanha presidencial. Sua pretensão vai morrer na praia artificial do Sena, em Paris.

ARY BOREL DE AGUIAR NETO

26/09/2021 - 23h00

Kkkkkkk
É piada?!

João Roberto

26/09/2021 - 20h20

Ciro está desesperado porque sabe que dia 02/10 o protesto da esquerda vai ter adesão e o do MBL, ou seja, da direita, foi um um grande fiasco.
Óbvio que dia 07/09 o protesto dos excluídos estaria vazio: primeiro porque tinha o evento dos Bolsonaristas e segundo é que nessa data sempre há essa manifestação mas com pouca adesão que acredito por ser sempre num feriado. Ao contrário do dia 12, que não era feriado e agonizaram abraçados.
A pergunta que faço a ele é porque nunca compareceu em algum protesto da esquerda?
Sentiu carinho do MBL??
É um mentiroso, hipócrita e vai morrer na praia como sempre na disputa eleitoral de 2022.
Ciro é um covarde!!

JOHN JAHNES

26/09/2021 - 19h43

O Ciro está reclamando do que mesmo? Ele está em campanha desde 2018 e a única coisa que conseguiu foi perder o apoio de quem é da esquerda e gostava dele, e entrar em decadência até na direita onde ele l está tentando entrar mas ninguém mais quer a sua arrogância e falta de humildade.
Seis por cento dos votos tá de bom tamanho para ele e assim ele pode ser vereador em Fortaleza e enfim conseguir ser Presidente, mas da Câmara Municipal.

Galinzé

26/09/2021 - 18h00

O impeachment é a única saída porque sabem que se Bolsonaro se candidatar em 2022 não tem chances para ninguém.

Obviamente não acontecerá impeachment algum.

Quem sofreu impeachment é a cabeça desse destrambelhado do Cirolipa.

Kleiton

26/09/2021 - 17h57

…. vibração imensa ? Kkkkkkkkkkk


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