Márcio França não descarta aliança do PSB com o PT, mas faz algumas ponderações

O pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB), não descartou aliança nacional do seu partido com o PT. Porém, o ex-governador ponderou que o partido de Lula precisa ceder em alguns pontos.

“Lula é experiente. Sabe que não dá para disputar numa olímpiada as medalhas de ouro, prata e bronze ao mesmo tempo”, afirmou em entrevista ao Valor.

Já sobre a eleição presidencial, França avaliou que a disputa será disputada voto a voto e que o PT precisa “abrir o olho” nas alianças regionais.

“A eleição brasileira será uma eleição perigosa. As últimas três no mundo, EUA, Alemanha e Peru, foram eleições de 50 vírgula alguma coisa a 49 vírgula algo. Não tem tido moleza ultimamente. Não há nenhuma possibilidade, pelo menos aparente, de uma eleição 70% a 30% no Brasil. É claro que o PT está fazendo seus cálculos. Mesmo a pessoa com 90% fica por conta de buscar os outros 10%. No caso do Lula, ele tem 40%, 40% e alguma coisa. Então a pessoa fica em busca de alcançar 50% mais um. É possível que eles abram mão (de ter candidato em SP)? É uma decisão que eles precisam tomar”.

Sobre o PSB, o ex-governador defende candidatura própria, no caso o governador do Maranhão, Flávio Dino. Contudo, caso isso não se concretize e o partido oficialize sua aliança nacional com o PT, França defende que a legenda de Lula abra mão de “posições no Brasil”.

“Se houver condições para que a gente tenha uma posição com o Lula, eu não seria empecilho para isso. Evidentemente, tem de avaliar se para o nosso partido isso é importante. Se for atrapalhar mais do que ajudar, não vale a pena. E aí quem vai dizer quais são essas condições é o PT. Se o PT entender que a prioridade é a eleição presidencial, vão ter de entender que isso significa abrir mão de posições no Brasil”.

França também foi questionado sobre a cristalização de uma disputa entre Lula e Bolsonaro e se ele acredita que ainda exista chances de aparecer uma terceira via apoiada pelo PSB.

“Se alguém me dissesse um ano antes de 2018 que o Bolsonaro iria ganhar como ganhou, eu não teria acreditado. Acho que a decisão do Alckmin ainda é algo que pesará nesse quadro nacional. Todos nós esperamos que a gente tenha alternativas. Ciro Gomes é um nome preparado. Se o PSB fecha acordo com Ciro, ele passa a ter o tamanho do PT, em tempo de TV”.

Cláudia Beatriz:
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