Valdemar sobre Bolsonaro: “meio alterado, meio louco, achava que podia dar o golpe”

Imagem: Divulgação/PL

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, revelou em entrevista ao jornal O Globo que existiam propostas golpistas “na casa de todo mundo”, mas saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) ao dizer que ele “não quis fazer nada fora da lei”. Segundo Valdemar, o ex-inquilino do Planalto volta para o Brasil na próxima semana.

Ainda de acordo com o dirigente do partido, “como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe”. “Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer”, diz Valdemar. Já sobre os decretos golpistas, o dirigente do PL disse o seguinte:

“Ele nunca falou nesses assuntos comigo (sobre contestar a eleição). Um dia eu falei: “Tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei.” Ele falou: “Tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição”. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade”.

Na sequência, Valdemar foi questionado se os decretos circulavam entre aliados do governo e a resposta foi:

“Direto. Teve advogada que veio conversar comigo dizendo que tinha uma saída. Eu dizia: “Põe no papel e manda para cá”. E eu não dava bola, porque eu sabia que não tinha. E o Bolsonaro não fez. O pessoal queria que ele fizesse errado”.

E por que Bolsonaro ficava em silêncio diante das pessoas que pediam intervenção?“, questiona O Globo.

“Baque. Isso pode ter sido um erro meu, dos políticos, que não o preparamos para uma possível derrota. Nunca tocamos nesse assunto, não passou isso pela cabeça dele. Quando fui lá na segunda-feira (após a eleição), ele estava um pó. Quando eu o vi após uma semana, eu achei que ele ia morrer. O cara estava desintegrando. Passaram três ou quatro semanas, e vi que ele melhorou. Perguntei o que era, e ele disse que estava comendo, porque ele ficava quatro ou cinco dias sem comer nada. O mundo dele virou de ponta-cabeça”.

O senhor tem conversado com ele? Quando ele retorna ao Brasil?“, prossegue o jornal.

“Falo pouco, mas ele mandou gravado, para mim, outro dia que no final do mês estará aqui. Sempre falei pouco com Bolsonaro. Eu ia ao Palácio quase todo dia, mas falava pouco, porque o Bolsonaro não é de ficar conversando muito. Quero que ele volte, porque ele é muito importante para nós. Por exemplo, para conduzir essa bancada de direita que nós temos aqui. O pessoal é muito extrema-direita. Com Bolsonaro aqui, eu estou no céu. Eles ouvem Bolsonaro. Não vão ouvir a mim”.

Cláudia Beatriz:
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