O crime não é ilegal se for verde-oliva

Hoje a coluna do jornalista Ricardo Noblat revelou aquilo que todos nós suspeitávamos: golpistas fugiram do acampamento do QG do exército em Brasília por orientação de militares.

Uma matéria da jornalista Marina Dias para o jornal norte-americano, The Guardian já revelava que o então comandante do exército, Júlio Cesar teria discutido com o ministro da Justiça Flavio Dino, o motivo? O general não queria que os golpistas que arrebentaram a Esplanada e montavam bombas na porta do exército não fossem presos naquela noite.

Essa guarida que os militares forneceram aos criminosos jamais ocorreria sem chancela do alto comando. Ou então os generais teriam que admitir que perderam o controle das suas tropas. Se ocorreu é porque eles chancelaram isso.

O alto comando chancelou a nota do dia 11 de novembro do ano passado que estimulava os acampamentos. Os comandantes de quartéis de todo o país deram apoio logístico e material aos acampados. Fizeram isso sem chancela da cúpula ou fizeram por que sabiam que estavam respaldados.

E vou mais além!

Por qual motivo o general Tomás Paiva, hoje tido como legalista, não removeu os acampados que estavam na frente do comando militar do sudeste, que estava sob o seu comando?

Vale lembrar que Tomás era da cúpula quando a nota do dia 11 foi publicada, ele foi contra a nota delinquente? Acho difícil, Tomás ajudou o decrépito general Vilas Bôas na infame série de tweets que ameaçava o Supremo Tribunal Federal.

Eu quero saber se o governo federal terá coragem de responder essas perguntas. Os fatos estão na mesa e os criminosos livres e fardados. Até quando viveremos sob a ameaça do verde-oliva e do fuzil?!

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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