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Mais uma vez chegamos em Marielle Franco

Hoje a Polícia Federal deflagrou a Operação Venire que prendeu pessoas suspeitas de estarem envolvidas em esquema de fraude de cartões de vacina contra Covid-19 além de cumprir diversos mandados de busca e apreensão que teve entre os alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas próximas do presidente. Até então, todos acreditavam que a principal […]

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Hoje a Polícia Federal deflagrou a Operação Venire que prendeu pessoas suspeitas de estarem envolvidas em esquema de fraude de cartões de vacina contra Covid-19 além de cumprir diversos mandados de busca e apreensão que teve entre os alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas próximas do presidente.

Até então, todos acreditavam que a principal polêmica seria a flagrante fraude no comprovante de vacinação do ex-presidente e que inclusive, apresentou um documento falsificado para um governo estrangeiro, no caso, os Estados Unidos da América.

Acontece que a coisa ficou ainda mais escabrosa quando foram reveladas mensagens descobertas durante a investigação para a operação. Nelas o então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel, Mauro Cid, está conversando com o major reformado do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros que afirma objetivamente saber sobre todo o crime e inclusive quem foi o mandante do assassinato.

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E parece que os casos envolvendo Jair Bolsonaro começam a obedecer um padrão sempre que chegam na esfera criminal que estranhamente circula o ex-presidente.

Vamos para outros episódios semelhantes:

No dia 18 dezembro de 2019, uma quebra de sigilo revelou mensagens indicando que Adriano da Nóbrega, miliciano envolvido no assassinato da vereadora Marielle, falou com Queiroz sobre a exoneração de ex-mulher do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro.

Em abril de 2020, Bolsonaro admitiu que pediu troca da Polícia Federal no Rio por causa do caso Marielle. A declaração foi feita durante o pronunciamento sobre o pedido de demissão do então ministro da Justiça, Sergio Moro.

Ainda em abril de 2020, o site The Intercept Brasil revelou que uma investigação do MP carioca apontava que Flávio Bolsonaro se beneficiava das ocupações de terras e construções de edifícios das milícias cariocas.

Em setembro do ano passado Bolsonaro – DO NADA – desandou a falar do caso Marielle e disse que soube de denúncia no STF envolvendo-o no crime. Na ocasião muita gente ficou sem entender.

No dia seguinte um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Allan Turnowski, foi preso. Turnowski já havia trabalhado com Ronie Lessa, assassino de Marielle.

Turnowski foi ex-secretário de Polícia Civil do Rio. Ele foi preso em setembro de 2022 num desdobramento de investigações contra o também delegado Maurício Demetrio sob a suspeita de associação criminosa com bicheiros do estado. A investigação que resultou na prisão de Turnowski revelou, com base no conteúdo dos celulares, que Demetrio atuou para garantir a nomeação dele como secretário de Polícia Civil em setembro de 2020.

As transcrições demonstraram que o delegado pediu a políticos que apadrinhassem a indicação de Turnowski junto ao então governador em exercício Cláudio Castro, que havia assumido no mês anterior. Para o MP, Turnowski era membro de uma sociedade criminosa dentro da Polícia Civil. A investigação aponta que em setembro de 2020, por indicação do senador Flávio Bolsonaro, Turnowski foi nomeado secretário de Polícia Civil pelo recém-empossado governador Cláudio Castro.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, do MP, Demetrio operava como um braço da quadrilha do bicheiro Fernando Iggnácio na PC, enquanto Turnowski agia como agente duplo, atuando em favor de Rogério de Andrade e Iggnácio, que eram rivais. Demetrio, afirma o Gaeco, também negociava com políticos a nomeação de aliados para cargos estratégicos na Polícia Civil.

Segundo as investigações, ele recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade que era associado de ninguém menos do que Ronnie Lessa. Ronnie Lessa, acusado de ser o assassino da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e tinha uma sociedade com Rogério de Andrade em casa de apostas no Quebra Mar, na Barra da Tijuca. Lessa trabalhou como adido na Polícia Civil do Rio.

Mensagens de WhatsApp encontradas no celular do PM reformado durante as investigações do caso Marielle revelam uma conversa do acusado na qual o inspetor Vinícius Lima, seu amigo de infância, diz: o “dr. Allan manda um abraço”.

Em outro trecho da conversa, o policial diz que “dr. Allan” perguntou por Lessa. Em um terceiro diálogo, Vinícius anuncia ter uma “proposta boa de trabalho” para Lessa. Vinícius trabalhou durante anos com Turnowski, de quem foi chefe de operações. Segundo a investigação do MP, Lessa era parceiro de Allan no plano para assassinar Andrade.

Me saltam os olhos a frequência em que Jair Bolsonaro ou o seu entorno são envolvidos no caso Marielle, são filhos nomeando os assassinos, são assessores em mensagens no mínimo suspeitas com supostos envolvidos no crime.

Quando a sociedade brasileira e principalmente os familiares da vereadora carioca brutalmente assassinada, terão as respostas e a elucidação completa deste crime hediondo?

Até quando iremos assistir “aproximações sucessivas” de Jair Bolsonaro com um assassinato?!

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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