Mensagens interceptadas pela PF apontam risco de falsificação do registro de vacinas de Bolsonaro

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A quarta-feira (3) foi marcada pela operação da Polícia Federal que investigava um esquema de falsificação de carteiras de vacinação na família Bolsonaro. O ex-presidente supostamente teria montado um esquema para criar registros falsos de vacinação para ele e para sua filha caçula, Laura, a fim de ter a entrada permitida em outros países, como os EUA.

A PF apreendeu na operação celulares de Bolsonaro, de sua esposa Michelle e de outras pessoas que supostamente estariam envolvidas no esquema, como operadores. Uma mensagem enviada por Ailton Barros, ex-candidato a deputado estadual (PL-RJ) e ex-assessor da Casa Civil do Governo do Estado do Rio, direcionada a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair, no dia 30 de novembro de 2022, aponta que os dois tinham consciência que a falsificação dos cartões de vacinação era algo grave.

“Cidinho, boa tarde! Irmão, deixa eu falar contigo. Primeiro, te dá um retorno. Olha só, aquela missão nossa tá em andamento velozmente, tá ok? Tem a frente de Brasília aí que você abriu a frente. Eu estou com duas frentes aqui no Rio, acabei de abrir uma terceira aqui agora, porque realmente o negócio é pica e ninguém pode ficar exposto, não é, particularmente, particularmente, quem você sabe, né? Não pode ficar”, escreveu Barros a Cid.

Ambos foram presos nessa quarta (3), junto com mais 4 pessoas. São elas: o policial militar Max Guilherme, segurança de Bolsonaro; o militar do exército, também segurança do ex-presidente, Sérgio Cordeiro; o sargento do exército, Luís Marcos dos Reis, assessor de Jair e o secretário municipal de duque de caxias, João Carlos Brecha.

Bolsonaro foi intimado pela PF a depor logo após a operação, mas não acatou à ordem da instituição, seguindo instruções de sua defesa. O advogado do ex-presidente, Cunha Bueno, alegou não ter tido tempo suficiente para checar os autos da operação. “Eu sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio. Mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes de a pessoa depor, não nos deixa outra opção”, afirmou o defensor à Folha.

Patrick Chaia:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.