Com participação da FUP, Encontro Nacional da CUT discute políticas de proteção para trabalhadores LGBTQIA+

Divulgação

As delegações defenderam políticas públicas integradas de empregabilidade, educação e renda, que protejam as pessoas LGBTQIA+ do abandono da família, da prostituição forçada e da precarização do trabalho

Terminou neste domingo, 7, o 4º Encontro Nacional do Coletivo LGBTQIA+ da CUT, que reuniu em São Paulo integrantes de coletivos estaduais e das Federações e Confederações cutistas, entre elas a Frente Petroleira LGBT da FUP, que foi representada pelo diretor do Sindipetro Unificado de São Paulo, Tiago Franco.

Foram três dias de debates, realizados de forma presencial e virtual, pela Secretaria Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, em parceria com o Solidarity Center da AFL-CIO.

O encontro traçou um diagnóstico das políticas governamentais e empresariais voltadas para as trabalhadoras e os trabalhadores LGBTQIA+. Foi feita uma análise da atuação do judiciário em relação aos casos de violências e discriminação nos locais de trabalho, além de um levantamento de cláusulas de interesse desse importante segmento da classe trabalhadora nos Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho.

O evento também discutiu políticas internacionais de enfrentamento à LGBTfobia e referendou moção de repúdio à recente decisão do Parlamento de Uganda, que aprovou no final de março uma violenta Lei anti-LGBTQ, que prevê prisão perpétua e até mesmo pena de morte para pessoas que se relacionarem com outras do mesmo sexo. A decisão causou reação internacional, com notas de indignação das organizações de defesa dos direitos humanos e ameaças de sanção de diversos Governos.

As delegações presentes ao Encontro do Coletivo Nacional da CUT reivindicam que o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, vete a Lei anti-LGBTQ. A moção de repúdio aprovada frisou ser inadmissível que, em 2023, quando o mundo inteiro luta por políticas públicas afirmativas para a população LGBTQIA+, ainda há países, como a Uganda, com uma posição tão retrógada, que insiste em negar a livre orientação sexual como direito humano e social. “VIDAS LGBTQIA+ importam”, ressaltou o documento.

O coordenador da Frente Petroleira LGBT, Tiago Franco, explica que o Encontro definiu a necessidade de aprofundar a articulação nacional das entidades sindicais cutistas para intervir no debate com o conjunto do sindicalismo visando aumentar a participação das trabalhadoras e dos trabalhadores LGBTQIA+ nos diversos espaços, dando mais visibilidade às suas pautas, principalmente nos Congressos da CUT.

“Lutaremos para reforçar a bandeira do coletivo e da CUT de defesa de uma política pública integrada de empregabilidade, educação e renda, que proteja as pessoas LGBTQIA+ do abandono da família, da prostituição forçada e da precarização do trabalho”, destaca Tiago, ressaltando que essa luta se tornou de fato possível com a ascensão de um governo que está comprometido com o interesse da classe trabalhadora em toda a sua diversidade.

Ao final do encontro, houve uma homenagem ao professor da rede estadual de ensino do Paraná, Lindolfo Kosmaski, ativista sindical, militante do MST e integrante de seu Coletivo LGBTQIA+, que foi assassinado brutalmente aos 25 anos, em maio de 2021. Somente em abril deste ano, seu assassino foi julgado e condenado a 19 anos e seis meses de prisão por homicídio triplamente qualificado.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.