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As outras vitórias do governo

Se na articulação política o governo está rolando uma pedra ladeira acima, na economia os dados colocam o governo Lula com um dos melhores inícios de mandato. Eis os números: Mas então, onde estão esses números e informações na boca da população? Infelizmente, os últimos anos de governo Bolsonaro deixaram as pessoas hiperendividadas, e a […]

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Agência Brasil

Se na articulação política o governo está rolando uma pedra ladeira acima, na economia os dados colocam o governo Lula com um dos melhores inícios de mandato. Eis os números:

  • Emprego: 705 mil em 4 meses;
  • Inflação: a menor em 3 anos; de alimentos, a menor em 6 anos;
  • PIB: 4% de crescimento, o maior em 12 anos;
  • Salário mínimo: maior ganho real em 11 anos;
  • Bolsa família: valor recorde;
  • Taxa de desemprego: 8,5%, a menor para abril em 8 anos na última semana de maio.

Mas então, onde estão esses números e informações na boca da população? Infelizmente, os últimos anos de governo Bolsonaro deixaram as pessoas hiperendividadas, e a política de combate ao consumo comandada por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, dificulta e até minimiza o impacto direto dessas conquistas.

Além disso, ainda há uma certa cacofonia entre parte dos ministros do governo, que delegaram essa atribuição para a Secretaria de Comunicação Social (SECOM) sem sequer se preocupar em promover o trabalho de suas próprias pastas. Além disso, nos últimos dias, tivemos alguns ministros mais preocupados em atacar outros setores do governo e/ou jornalistas do que, de fato, promover as vitórias.

Já na economia, que se faça justiça, Fernando Haddad nunca foi bom em exibir suas conquistas ou em comunicá-las para a sociedade. E, apesar de todo o antipetismo em sua campanha para a reeleição na prefeitura de São Paulo, terminou por não ser reeleito, mesmo com conquistas louváveis na área econômica da cidade.

Acontece que o governo está com uma dificuldade de se organizar internamente, com cismas entre a bancada e ministros palacianos, até intrigas entre os próprios integrantes da bancada. Brigas entre ministros e acusações de sabotagem permeiam o dia a dia do governo e de sua base.

Além disso, parlamentares da base, da oposição e do centrão, além de observadores mais atentos da política, acreditam que Lula está um pouco impaciente e desinteressado pela política nacional, focado mais na projeção internacional.

Ainda no início da tarde desta quinta-feira (1), Lula foi entrevistado por jornalistas e afirmou que promoverá uma reforma ministerial ‘se houver uma catástrofe’, em um tom bem leve, desinteressado e despreocupado. Logo depois, partiu para um encontro com o presidente da Finlândia.

Há quem justifique este “desinteresse” pelo fato de Lula ter sido confrontado com o Brasil de 2023, que é: um congresso mais hostil a pautas populares, um Banco Central alheio ao governo e uma verdadeira e legítima herança maldita deixada pelo bolsonarismo, coroada por uma transição atípica. E como se não bastassem problemas, ainda tivemos o dia 8 de janeiro e o flagrante envolvimento de militares na tentativa de intentona para tumultuar o país.

E se não bastasse, ficamos por um fio muito fino de a Câmara dos Deputados impor a configuração ministerial do governo anterior para a administração atual, o que é um absurdo por si só.

E é claro, há uma notória má vontade de setores da imprensa com o presidente, principalmente na área da economia. Em suma, é uma confluência de fatores que faz com que as vitórias do governo fiquem em segundo plano.

Se no Congresso só se fala em outra coisa e o Banco Central faz marcação serrada contra o consumo, essas outras conquistas acabarão ficando em segundo plano.

Junte isso ao fato de que a Câmara, na figura do seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), e o centrão, ao lado do agronegócio, possuem sua própria agenda de governo e buscam impor à força. É claro que tudo ficará mais difícil.

É preciso que o governo consiga se reorganizar internamente, que a base consiga se conciliar e que todos comecem a tocar a mesma nota. Já existem pessoas em excesso interessadas em um terceiro turno, e o governo não pode se abater por isso.

Os indicadores mostram que esse governo pode muito mais e que é capaz de promover uma grande reestruturação social e o resgate de milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Capacidade tem, vontade de fazê-lo também.

Falta mais alinhamento e sintonia para que possam superar os obstáculos.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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Comentários

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Zulu

01/06/2023 - 20h33

O Agronegócio ( que não quer ver o porco da foto nem de longe) fez mais uma vez o pib brasileiro.

Querlon

01/06/2023 - 19h12

As favelas continuam aumentando e os pobres sao cada dia mais pobres e os ricos mais ricos…o resto PIB, POB, PAB sao numeros que dizem pouco ou nada.

yuri

01/06/2023 - 19h06

A gasolina subiu a partir de hoje…mas agora no primeiro mau humor da praça é sò meter a mao nos preços da Petrobras e tudo ta resolvido.

UGo

01/06/2023 - 18h51

Conforme foi dito varais vezes desde outubro aqui mesmo este aglomerado de tranqueiras terà bons numeros durante o ano de 2023 na onda da saida da pandemia. Apos uma queda enorme ha um subida quase equivalente, isso é normal. Todos os numeros indicavam essa tendencia desde a metade de 2022.

Dito isso…quem faz os numeros sao os brasileiros apesar dos governos (e nao graças aso governos) e dos lambedores de escroto de profissao.

A politica nunca tem merito de nada, eventualmente sò demeritos.


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