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Indicador do Ipea aponta deflação para as famílias de renda baixa e média em junho

Famílias de renda muito baixa apontam a menor taxa de inflação (0,16%), enquanto as de renda alta registra a maior taxa (0,10%) Publicado em 14/07/2023 Ipea — O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a junho aponta que, à exceção da classe de renda alta, todas as demais faixas apresentaram deflação nos […]

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Helio Montferre/Ipea

Famílias de renda muito baixa apontam a menor taxa de inflação (0,16%), enquanto as de renda alta registra a maior taxa (0,10%)

Publicado em 14/07/2023

Ipea — O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a junho aponta que, à exceção da classe de renda alta, todas as demais faixas apresentaram deflação nos preços dos bens e serviços, com exceção da classe de renda alta. O estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (14/7) revela que, na média, os preços consumidos pela faixa de renda muito baixa recuaram 0,16%. Em contrapartida, as famílias de renda alta tiveram uma taxa de inflação de 0,10%, impulsionada, principalmente, pelos reajustes nos preços dos serviços relacionados à habitação.

No acumulado do ano, até junho, as famílias de renda muito baixa apresentaram a menor taxa de inflação (2,48%), enquanto as de renda média-alta registram a maior taxa (3,06%), de acordo com tabela abaixo:


Os dados mostram que, considerando os últimos 12 meses, a menor taxa de inflação é observada na faixa de renda média-baixa (2,96%), enquanto a maior está na classe de renda alta (4,13%). A inflação acumulada nos últimos 12 meses para as famílias com renda muito baixa, até junho, é de 3,38%.

Na desagregação por grupo, os dados indicam que o principal alívio inflacionário no mês de junho surge da deflação dos alimentos consumidos em domicílio. Dos 16 subgrupos que compõem este conjunto de itens, 11 apresentaram queda de preços, como cereais (-1,8%); carnes (-2,1%); leites e derivados (-1,3%); óleos e gorduras (-5,3%); frutas (-3,4%), hortaliças (-3,8%) e tubérculos (-0,76%). Esses produtos contribuíram significativamente para a redução dos índices de inflação no mês, especialmente para as famílias de renda mais baixa, que têm maior peso na cesta de consumo.

De modo semelhante, a queda dos preços do grupo transportes também contribuiu de forma expressiva para a desinflação em junho, refletindo, a deflação de 1,9% dos combustíveis. Por fim, o recuo de 1,2% dos preços dos eletroeletrônicos e de 1,6% dos artigos de cama, mesa e banho atuaram com que o grupo artigos de residência gerasse uma contribuição negativa à inflação para todas as faixas de renda.

Os reajustes nas tarifas de energia elétrica (1,4%), água e esgoto (1,7%) e condomínio (1,7%) foram os principais pontos de pressão sobre o grupo de habitação, que teve a maior contribuição positiva para a inflação em junho. No entanto, para as faixas de renda mais altas, essa contribuição foi ainda maior, uma vez que esses segmentos se beneficiaram pouco da queda nos preços do gás de botijão (-3,8%).

A deflação dos alimentos no domicílio trouxe uma alivio menor para as faixas de renda mais elevadas, uma vez que esse grupo tem pesos menor no orçamento destes segmentos. De modo semelhante, nas classes mais elevadas, o efeito da queda dos preços dos combustíveis foi parcialmente anulado pelo aumento das passagens aéreas (11,0%), reduzindo assim o impacto baixista do grupo transportes.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, todas as faixas de renda pesquisadas registraram desaceleração da inflação. A queda da inflação foi significativamente maior para as faixas de renda mais baixas, devido ao comportamento dos alimentos no domicílio e dos combustíveis, com deflações de 1,1% e 1,9%, respectivamente. Esses números ficaram bem abaixo das taxas registradas no mesmo mês do ano passado (0,63% e -1,2%, respectivamente).

A descompressão inflacionária, em 2023, também pode ser explicada pela trajetória mais benevolente dos grupos artigos de residência, vestuário e saúde e cuidados pessoais, com variações de -0,42%, 0,35% e 0,11%, em junho, em comparação com altas de 0,55%, 2,0% e 1,2% em 2022, respectivamente. De uma maneira geral, nos últimos 12 meses, a maior pressão inflacionária está no grupo de saúde e cuidados pessoais, devido aos aumentos de 6,5% dos produtos farmacêuticos, 12,4% dos artigos de higiene e de 14,5% nos planos de saúde.

Para as famílias de rendas mais baixas, o grupo de alimentos e bebidas ainda contribui para a alta da inflação acumulada em 12 meses, devido aos aumentos de cereais (6,6%), farinhas e massas (11,9%), frutas (13,4%), leite e derivados (5,2%) e produtos de panificados (10,1%). Já para as famílias de maior poder aquisitivo, as altas de 5,9% nos serviços pessoais e de 9,2% nos serviços de recreação explicam a contribuição do grupo de despesas pessoais à inflação acumulada no período. A queda de 26,4% nos preços dos combustíveis, nos últimos 12 meses fez com que o grupo transportes fosse o principal fator de alívio inflacionário nesse período para todos os níveis de renda.

Acesse a íntegra do indicador

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